segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

RETRATO DA ONGOING





UM PADRÃO DE EMPREENDORISMO



O longo artigo publicado no Público de ontem sobre a Ongoing vale a pena ser lido, para se ficar com uma ideia de como se passam as coisas neste país em matéria de negócios.

Embora a investigação deixe muito a desejar no plano substantivo, ela é mesmo assim importante por trazer à superfície a rede de amigos influentes de que a Ongoing se tem servido para se lançar no mundo obscuro do capitalismo português.

Importa também dizer que a publicação de tal artigo não pode deixar de ser interpretada no contexto de velhas contas a ajustar entre os patrões do Publico e a Ongoing, relacionadas com a fracassada tentativa da OPA da Sonae sobre a PT.

Prescindindo de outras considerações, o que interessa perceber é que há um grande e descarado tráfico de influências aos mais diversos níveis, uma promiscuidade obscena entre a política e o capital e uma rede tentacular de “amigos” com capacidade para integrar grande parte da malandragem que realmente manda neste país.

Outras organizações certamente haverá. Que igualmente recorrerão aos mesmos processos e integrarão os mesmos ou outros malandros.

Uma coisa parece, porém, cada vez mais óbvia: com uma “redada” que apanhasse ai uns quatrocentos ou quinhentos isto ficaria limpo. Mais tarde ou mais cedo vai ter de acontecer…




5 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

O meu caro é um optimista... Com que então, mais cedo ou mais tarde, uma "redada".

(por acaso esperava que fosse postar sobre "As noites violentas de Atenas...")

Anónimo disse...

Quem tinha razão era o Lombroso. Basta olhar para os tipos e vê-se logo. Então o chefe é mesmo de catálogo.
V

Anónimo disse...

A chave deste arguto post está precisamente na frase:" Importa também dizer que a publicação de tal artigo não pode deixar de ser interpretada no contexto de velhas contas a ajustar entre os patrões do Publico e a Ongoing". É que ao que parece os métodos do Eng.º Belmiro não foram os mais recomendáveis na tomada de assalto à Sonae. Mas já lá vão muitos anos...

Anónimo disse...

O Ministério Público teria de ter uma “central” que pusesse a nu todas estas ligações, coisa muito difícil porque não bastaria ter directo acesso às bases das Conservatórias e a todas as escrituras públicas (aqui talvez tenha sido errado permitir outro tipo de documentos!) para detectar todas as ramificações e teias. Mas é arrepiante ver esta amostra e imaginar que noutras áreas, certamente, ocorrerá o mesmo esquema.
Tive agora conhecimento de um caso relacionado com as novas condições que o Governo vai impor à posse, registo e circulação de retroescavadoras exigindo matrícula e impondo outros condicionalismos de inspecção etc. que vai obrigar pequenos empresários a desfazerem-se da única máquina que possuem porque as despesas com as novas exigências superam o seu valor comercial.
Reparem: Estas exigências são feitas em nome da segurança..., mas por detrás está um lóby que quer desembaraçar-se dos pequenos concorrentes. A burocracia serve também para isto.
Com a certificação das plantas e das sementes, é a mesma coisa: o fim propalado é o da defesa do consumidor, mas está por trás um lóby que arruma com espécies ancestrais e que se calhar Portugal nem sequer se preocupou em defender. Ninguém quer saber!
Nas exigências postas para se ter animais saída em Outubro de 2008 (entretanto adiada) também estão em causa nobres objectivos, mas o pequeno agricultor que queira vender um bácoro da ninhada da sua porca, vai ter que meter projecto na Câmara, pagar taxa, pedir licença e vistoria construindo esgoto e pavimento como deve ser....
E por aí adiante. Quem manda neste país? Os ditos “técnicos”, os deputados distraídos ou essa cambada nojenta?
RCastro

Anónimo disse...

R. Castro:
Pudera! A retroescavadora passou a ser um instrumento deveras perigoso e muito utilizada no assalto a ATMs.
Assim, quando houver novos assaltos às ATM ficaremos descansados pois que elas circularão nas estradas como deve ser, com matrícula, condutor altamente formado. (esqueceu-se de dizer que se preparam para exigir tb. não sei quantas horas de formação aos futuroscondutores).