QUEM ONERA O ESTADO PORTUGUÊS?
Parece ter passado sem
contestação a afirmação hoje feita pelo Ministro Marques Guedes, a propósito
das fugas de informação sobre a “solução BES”, de que o Governo não teve
conhecimento prévio da decisão do Banco de Portugal de intervir no BES.
Esta declaração não resiste a um
segundo de reflexão. O problema não está em saber quando “decidiu” o Banco de
Portugal intervir no BES. O problema está em saber quando é que o Banco de
Portugal acordou com o Governo o modo de intervenção no BES. Porque o Banco de Portugal
nunca poderia DECIDIR intervir no BES na forma como interveio sem o prévio acordo
do Governo. Como poderia o Banco de Portugal decidir um modo de intervenção que compromete o Estado português sem que essa mesma intervenção tivesse sido previamente acordada com o Governo?
Assim sendo, parece que o que
sobra da intervenção do Ministro Marques Guedes é a insinuação de que a fuga de
informação que permitiu avisar os “amigos” partiu do Banco de Portugal ou de
quem com ele colaborou no desenho da dita “solução”.
Insinuação que não chega para
explicar por que razão as decisões mais importantes e polémicas do Governo são
sempre previamente anunciadas pelo “comentador” Marques Mendes.
Ou seja, a declaração do Ministro
Marques Guedes vale tanto como a “garantia” dada pelo Governo de que a “solução”
encontrada para o BES não onera os contribuintes.
1 comentário:
Abraço de Cuba
no Alentejo
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