quinta-feira, 4 de setembro de 2008

AINDA CAVACO NA POLÓNIA

OS BONS SENTIMENTOS

O Presidente da República é uma pessoa de bons sentimentos e aproveita para os manifestar bem longe da Pátria. Certamente por modéstia. A Polónia, grande exemplo de democracia, é o local ideal para o fazer.
Cavaco faz votos para que as eleições em Angola sejam livres e justas. Grande sentimento este, capaz de nos comover. E para as eleições americanas não faz esses votos? Que votos para a eleição que Bush “ganhou” há oito anos na Florida? E que dizer das vitórias republicanas nos pobres estados do sul de maioria negra e de grande “maioria” branca nos cadernos eleitorais? E, para fim de conversa sobre este assunto, não guardo na minha memória de antifascista qualquer tipo de preocupação semelhante de Cavaco Silva sobre as “eleições” de Salazar e Caetano.
Mas Cavaco não se ficou por aqui. Foi a Cracóvia para homenagear João Paulo II, que é dali perto, e lá foi bispo. Sentiu-se emocionado pelo papel desempenhado pelo falecido Papa na Europa Central e do Leste. Apreciou muito a mensagem do Papa na sua primeira viagem à Polónia: “Não tenhais medo!”. E ficou comovido. Aqui na nossa terra também era preciso não ter medo. E também não me consta que alguma vez Cavaco tenha ficado comovido com os que não tiveram medo…
ADITAMENTO

Dias depois de ter escrito este post, ao finalizar a leitura da biografia do General Humberto Delgado, deparo-me com estas palavras do General Sem Medo: “Não tenhais medo, porque se não o tiverdes, será o tirano que terá medo!”

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