quinta-feira, 1 de julho de 2010

PT - VIVO: O SILÊNCIO DE CAVACO

A CAMPANHA EM CURSO
Começa a ser insustentável o silêncio de Cavaco a propósito da OPA lançada por uma empresa espanhola sobre a posição accionista da PT na VIVO brasileira. O Presidente da República, tão lesto a condenar o putativo negócio da compra da TVI pela PT, mantém agora um silêncio altamente comprometedor.
Em vão se procura nos jornais a posição de Cavaco ou na tão afamada página oficial da Presidência das República na internet, que é, a par da do Vaticano, aquela onde se encontra “Toda a Verdade” e nada se encontra.
Nada que verdadeiramente nos espante, pois não foi Cavaco que iniciou a nacionalização dos sectores estratégicos do Estado, alienando a sua soberania? Não foi Cavaco que sempre se vangloriou do seu “modernizador” programa de nacionalizações? As eleições presidenciais estão à porta e é bom que os portugueses se não esqueçam de quem verdadeiramente defende os interesses nacionais.
Ao silêncio comprometedor de Cavaco junta-se, como ontem já aqui tínhamos previsto, o barulho ensurdecedor da imprensa dominada pelo grande capital, defensora do neo-liberalismo. Basta abrir os jornais de hoje e ver as televisões para se perceber a dimensão desta campanha que não olha a meios para atingir os seus fins e que é capaz de passar por cima de todos os interesses nacionais para defender os interesses do grande capital.
Inadmissível neste contexto é o comportamento do moderador do programa televisivo “Directo ao Assunto”, João Adelino Faria, da RTP N, que ultrapassando escandalosamente as suas competências de moderador equidistante num debate onde não intervém, nem tem que intervir, se aproveita do tempo de antena concedido ao Programa para fazer a sua própria campanha contra a decisão do Governo.
Alguém tem de fazer perceber ao Sr. Faria que ele está no “ar” como locutor, como moderador, cabendo-lhe nessa função equilibrar os tempos, lançar os temas a debater, e não participar com o seu primarismo argumentativo, que obviamente ninguém estaria disposto a ouvir, nem ninguém lhe concederia tempo de antena por mais de acordo que estivesse com as suas posições, tão primárias e ignorantes são as suas intervenções.

6 comentários:

Anónimo disse...

Argumentos de "Interesses nacionais", "Centros de decisão em Portugal" e outros que tais, são ciclicamente agitados. Não raras vezes, os defensores dos ditos interesses esquecem rapidamente o que defendem e passam a argumentar o contrário ainda que com outra prosa. Chegamos sempre à mesma conclusão. Nunca poderei (se a memória não me trai) esquecer que das primeiras vezes que tal estribilho foi usado, foi-o pelo pelo dono da Sonae a propósito do ex-BPA, passado pouco tempo, vendeu as acções, que como bom português adquirira preferencialmente, ao Sr. Mário Conde que governava o mais castelhano dos bancos espanhóis. Para este peditório já dei. Para mim a principal vantagem em controlar de perto a PT é garantir a negociatas do costume e aparcar a boyada. No entanto, parece-me que os defensores e opositores poderiam esclarecer o que em cada caso entendem pelos ditos "interesses nacionais". Será que se a PT fosse governada por dinamarqueses nós portugueses, consumidores e colectores de impostos, estaríamos mais mal servidos? Tenho dúvidas.
Para quem defende a nacionalização faz sentido a oposição ao "negócio" porque a capacidade 8quimérica) de reverter a situação ficará mais longínqua.

Jorge Almeida disse...

O link para a página do "Directo ao assunto":

http://tv2.rtp.pt/multimedia/progVideo.php?tvprog=25197

À hora a que escrevo este comentário, ainda não estava lá a última edição do programa.

Pode ser que, entretanto, a edição apareça.

Ana Paula Fitas disse...

Vou fazer link, caro JMCorreia-Pinto.
Obrigado.
Um abraço.

AMCD disse...

Caro Correia Pinto.

O homem é insustentável, quer quando fala, quer quando cala.

Deixai-o para ali estar, sozinho a ruminar.

Jota disse...

Relativamente ao moderador, estou inteiramente de acordo com a crítica do POLITEIA. Recordo que não é exclusivo do senhor Faria. Há muito que os senhores moderadores - com raríssimas excepções adoptaram essa postura grosseira...

Francisco Clamote disse...

E era de esperar outra coisa? Cavaco não pode apoiar a decisão do Governo, porque estaria a desautorizar a liderança do seu partido. Não pode manifestar-se contra o uso da "golden share", porque aí estaria contra a opinião da maioria da população. E o homem quer ser reeleito: a sua única verdadeira preocupação, entre as muitas que passa a vida a apregoar.