sábado, 8 de novembro de 2014

TRÊS NOTAS SOLTAS


 

ZORRINHO E OS LADRÕES

 

Carlos Zorrinho deputado europeu do PS acha que um bom especulador pode ser um bom regulador. Daí que Juncker possa, não obstante o seu passado, ser útil. Esta tese de um ladrão reunir as condições ideais para ser polícia deixa-nos muito tranquilos quanto ao futuro político que nos espera…


 
LOUREIRO DOS SANTOS E O MURO
 



Para o General Loureiro dos Santos é motivo de grande preocupação uma potência procurar recuperar o poder perdido, embora já seja absolutamente normal outra guardar o poder conquistado.

O mais grave é que as coisas nem sequer são bem assim. A Rússia não tem condições para recuperar, qualquer que seja o domínio (político, militar, territorial, etc.), o poder da União Soviética. O que a Rússia obviamente pretende é, primeiro, não ser cercada por potências hostis, agressivas e expansionistas; em segundo lugar, ser respeitada de acordo com o seu poder e a sua história milenar; e, em terceiro lugar, obstar a uma visão unipolar do mundo.

A NATO, pelo contrário, é expansionista, tem uma política agressiva e funciona hoje como aliança militar do neoliberalismo económico de dominante financeira.

A NATO e o neoliberalismo são hoje as duas faces da mesma moeda. E onde a NATO não chega, chega o PENTÁGONO, embora politicamente seja mais aprazível fazer actuar a NATO como nos últimos anos tem acontecido.


 

CAVACO EM CAMPANHA ELEITORAL ANTECIPADA

Cavaco, como homem de partido, faccioso e sectário, recusa eleições legislativas antecipadas, mesmo no caso de essa antecipação se limitar a fazer coincidir o termo da legislatura com o seu período normal de duração - quatro anos. Recusa, porque o partido a que pertence, e em nome do qual sempre actuou nestas trinta e tal anos que leva de vida pública, precisa desses meses a mais para campanha eleitoral facilitada pelo exercício do poder.

Mas Cavaco não está apenas preocupado com as legislativas. Ele quer também escolher o seu sucessor. Ter sobre esse evento a última palavra. Inclusive contra o Governo, porque, em última instância, quem interpreta o que interessa ou não interessa ao partido é ele e não Passos Coelho.

Descartada pelo aparelho a hipótese Marcelo, Cavaco quer lançar Durão Barroso para impedir que Santana tenha a veleidade de se apresentar. E Barroso, agindo concertadamente com Cavaco, está obviamente de acordo.

É com esse sentido que deve ser entendida a recente encenação da condecoração de Durão Barroso com a Grande Cruz do Infante Dom Henrique. Encenação em que a oposição não participou, nem tinha que participar, como espectáculo partidário que era.

2 comentários:

Albino M. disse...

Muitíssimo bem visto. Um, dois, e sobretudo 3...

M.G.P Mendes disse...

Embora não comente os seus textos, venho muitas vezes visitá-lo. Ora sobre estas notas soltas, estou tão de acordo com elas, que desta vez quero deixar um entusiástico "CONCORDO"! Sobretudo com o ponto 2, pois a actualidade internacional parece estar a ser vista com olhos muito vesgos e provocantes para com a Rússia. Enfim, tempos muito conturbados os que ainda iremos ver/viver...É que já não temos politicos dignos desse adjectivo - e passámos a não ter também jornalistas com código deontológico!