quarta-feira, 14 de outubro de 2015

NOTAS SOLTAS

SOBRE OS DIAS QUE CORREM



1-   Privatização DA TAP – Vamos todos rir-nos muito. Ah, ah, ah, ah. ANAC autorizou a privatização da TAP. Passos Coelho pede a Passos Coelho autorização para privatizar a TAP….
2-      Maria Belém – Acabei de ouvir agora mesmo (ontem estive muito ocupado com as notícias da formação do Governo) que Maria de Belém não sabe o que faria se hoje fosse Presidente da República quanto à formação do Governo. Não tem informação.
3-      Os democratas – Há uns senhoritos neste país que entendem – que entendem, não - que têm a certeza que o seu voto vale mais do que o dos outros. E então, com ar muito doutoral e profundamente sabedor, dizem-nos o que devemos pensar ou fazer sobre a formação do Governo. Com voz profunda, impulsionada das profundezas do estômago - aquela voz que se usa quando se quer disfarçar uma grande banalidade -, soltam-nos pérolas de sabedoria política, que todos nós, esfaimados, deveremos imediatamente abocanhar: “O país não pode ficar dividido ao meio. Temos de unir, não dividir” (cerca de um minuto para dizer isto). E vai outro, logo a seguir, de voz mais fina, mais equilibrista, que recorre à sabedoria popular. “É muito perigosa esta mudança. Estas coisas com o Bloco e com o PC deveriam ser mais graduais”. E as televisões repetem uma, duas, três, sete vezes. “Percebeste, português estúpido, percebeste o que estes senhores te estão a dizer? Estão-te a dizer que a direita não pode ser afastado do poder. Que o PS tem obrigação de lhe dar uma mãozinha. E olha que estes senhores são muito sábios e além do mais até são apoiantes de uma militante socialista, candidata a Presidente da República! Percebeste, português estúpido?”
4-  A direita entre a golpada e a democracia - Ficou decidido por decreto, aparentemente irrevogável, publicado em 25 de Novembro de 1975, que a Direita é democrática. Que os bombistas, terroristas, aliados da direita, foram “combatentes da liberdade”. Ponto final parágrafo. Nunca mais desde aquela data até hoje a Direita teve necessidade de fazer “prova de vida” da democracia. Nos dias que correm, tem.
O que faria, a partir de hoje, em qualquer país da Europa civilizada – atenção, não confundir com União Europeia – um político estivesse na situação de Passos Coelho? Isto é, um político que tivesse sido encarregado pelo Chefe de Estado (Rei, Rainha ou PR) de formar governo e se deparasse nas suas diligências com a situação com que Passos se deparou? Muito simples: pedir-lhe-ia uma audiência para lhe comunicar que não tinha condições para formar Governo. “Arranje outro, Excelência”. A direita portuguesa não quer fazer isso. Está inclinada para o Golpe. Dentro de dias o saberemos.

    

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