AGUIAR E SILVA
Identificou estudantes para serem castigados (estudantes que estavam a ser alvo de um processo disciplinar instaurado pelo Ministro Saraiva), mas nunca teve contactos com a PIDE, diz o premiado Aguiar e Silva.
Tanta ingenuidade não deixa de nos comover. De facto, dos néscios aos inteligentissimos que naquela época frequentavam a Universidade, nenhum deles sabia ou sequer imaginava que houvesse em geral, e naquele acontecimento em particular (Crise académica de 1969),qualquer ligação entre os instrutores do processo disciplinar ou do próprio processo em si e a PIDE.
Como é possível? É óbvio que quem identificou estudantes actuou como bufo. Pois para além das consequências disciplinares, esse estudantes ficariam marcados pela PIDE, que não mais lhes perderia o rasto.
Não, não há que enganar. É que não se trata de uma simples abstenção, em si, já nada abonatória, mas de tomar partido pelos fascistas contra os democratas. Essa foi a escolha de Aguiar e Silva como a de tantos outros académicos durante a ditadura, fosse por convicção, oportunismo ou falta de coragem. E essas escolhas são inapagaveis, porque as posições que se adoptam durante a ditadura não têm comparação com as escolhas que se fazem em democracia.
07/11/2020
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