sábado, 24 de abril de 2010

A DESCOLONIZAÇÃO SEGUNDO EANES




UMA POSIÇÃO SENSATA

A oito fusos horarios de distância, que tendem a agravar-se, só vai ser possível, se for, manter os "serviços mínimos", como dizia outro dia um amigo meu, entre muitas outras coisas, também blogger.
Acabei de ler umas citações das declarações do general Eanes sobre a descolonização. A descolonização é um tema que me é caro. Vivi-a de muitas maneiras e durante muito tempo. Eanes diz que a descolonização foi a possível. Não conheço o texto integral da entrevista, nem tenho tempo para o procurar. Mas a afirmação, em si, parece-me sensata. A colonização levada ao extremo pelo intolerância de Salazar e Caetano ditou a descolonização. Não havia outra. Era aquela e só pecava por muito tardia.
A descolonização tem como actor principal a luta armada dos povos colonizados, facto frequentemente esquecido pelos "saudosistas do império" que sempre falam nela como se de um assunto "nosso", exclusivamente "nosso" se tratasse.
Vista pelo lado que deve ser vista, a descolonização é um acto libertador que orgulha quem nela participou e restitui a dignidade a quem durante séculos sofreu a humilhação de ser tratado como inferior.
Igualmente sensato é o que Eanes diz sobre a independência de Cabo Verde. Sensato e delicado. Poderia ter sido mais contundente. Ele que até tem a seu crédito ter dado um contributo valiosíssimo para o estabelecimento de relações normais de Portugal com as ex-colónias, em plena guerra-fria, num período e num tempo em que outros se esforçavam por "envenenar"o ambiente político e em criar dificuldades de toda a ordem a um simples relacionamento institucional.
Eanes não está só, evidentemente, nesta caminhada em prol de um relacionamento normal e, se possível, fraterno com as-colónias portuguesas e os seus povos. Outros antes dele e depois dele igualmente se notabilizaram pelos esforços que fizeram para contrariar uma política que estupidamente sacrificava os interesses nacionais aos interesses da guerra-fria. Mas, pelo lugar que ocupava e pelo contexto em que actuou, a sua actuação neste domínio deve continuar a merecer hoje, véspera do 25 de Abril, o nosso aplauso.

5 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

25 de Abril, Sempre!
Um grande abraço a oito fusos horários de distância :)

Anónimo disse...

Esses oito fusos horários devem estar a deixá-lo com os olhos em bico, pois esse texto está cheio de erros ortográficos.

Um grande abraço do terrível amendoim

Jorge Almeida disse...

Caro JM Correia Pinto,

deve estar a referir-se à entrevista dada pelo General Eanes à Antena 1 na semana passada, numa série de entrevistas dadas a essa emissora de rádio pelos Presidentes eleitos democraticamente após o 25 de Abril, e que já saíram de funções do Palácio de Belém.

Os links directos da entrevista do General Eanes são os seguintes:

MP3 - http://mp3.rtp.pt/mp3/envia_file.php?file=wavrss//at1/796613_64670-1004220807.mp3&name=Entrevistas%20Manh%E3%201

WMA - mms://195.245.168.21/rtpfiles/audio/wavrss/at1/796613_64670-1004220802.wma

A página onde estão todos os links de todas as entrevistas é a seguinte:

http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=3997

Jorge Almeida disse...

Quem for extremamente sensível, não veja o vídeo que está na página com o seguinte link:

http://pt.euronews.net/2010/04/26/homem-ferido-morre-perante-a-indiferenca-dos-seus-semelhantes/

Mais uma feita pelos nova-iorquinos.

JMCPinto disse...

Corrigidos os "erros ortográficos", que não eram erros ortográficos, mas gralhas.