GRANDES MANIFESTAÇÕES EM TODO O PAÍS
Animado pelos “Homens da Luta” e por mil e uma outras formas de intervenção espontânea o povo desceu à rua em todo o país e deixou muito claro o que pretende: uma ruptura completa com as práticas políticas vigentes.
Não adianta apresentar mais argumentos contra a irracionalidade desta governação opressora ou de qualquer outra igual a ela, institucionalmente saída dos mesmos pressupostos e portadora dos mesmos vícios e defeitos. Tão-pouco adianta arremeter contra aquele verdadeiro “covil de malfeitores” que regularmente se reúne em Bruxelas ou noutras capitais europeias, que aplaude a coragem dos que apenas têm a covardia de deixar os ricos incólumes e flagelam impiedosamente os mais pobres, confiscam o futuro dos jovens, promovem o desemprego dos que estão empregados, espoliam os reformados e os funcionários públicos e apresentam como supremo objectivo da sua governação a precarização do trabalho, despojado de todos os direitos, transformado na primeira das mercadorias descartáveis.
Ao ponto a que as coisas chegaram já nada disto adianta. O que adianta é que cada povo desempenhe o papel que lhe compete. E o papel do povo português no presente momento histórico é correr com eles. Correr com eles por qualquer meio.
Animado pelos “Homens da Luta” e por mil e uma outras formas de intervenção espontânea o povo desceu à rua em todo o país e deixou muito claro o que pretende: uma ruptura completa com as práticas políticas vigentes.
Não adianta apresentar mais argumentos contra a irracionalidade desta governação opressora ou de qualquer outra igual a ela, institucionalmente saída dos mesmos pressupostos e portadora dos mesmos vícios e defeitos. Tão-pouco adianta arremeter contra aquele verdadeiro “covil de malfeitores” que regularmente se reúne em Bruxelas ou noutras capitais europeias, que aplaude a coragem dos que apenas têm a covardia de deixar os ricos incólumes e flagelam impiedosamente os mais pobres, confiscam o futuro dos jovens, promovem o desemprego dos que estão empregados, espoliam os reformados e os funcionários públicos e apresentam como supremo objectivo da sua governação a precarização do trabalho, despojado de todos os direitos, transformado na primeira das mercadorias descartáveis.
Ao ponto a que as coisas chegaram já nada disto adianta. O que adianta é que cada povo desempenhe o papel que lhe compete. E o papel do povo português no presente momento histórico é correr com eles. Correr com eles por qualquer meio.
É certo que neste momento muitos dos que hoje se manifestaram não têm ainda um objectivo claro para a luta em que estão participando, salvo o que decorre da situação em que se encontram que querem ver alterada. Mas breve saberão, pela continuação da luta, que esse objectivo não é alcançável nem pela sua massiva exibição perante o poder instalado, nem tão-pouco por via de procedimentos institucionais, aliás em crise de inoperância por todo o lado, mas apenas e só através de uma profunda ruptura social e política geradora de um novo tipo de sociedade
Mais tarde ou mais cedo toda a Europa vai ter que viver segundo um novo paradigma. E o que agora, neste tempo, está em jogo é saber se o paradigma por que vamos passar a viver é aquele que os titulares de todos os privilégios nos querem impor, continuando eles a viver segundo o paradigma anterior e a generalidade do povo reconduzida a uma espécie de novos escravos ou se vamos ter a coragem - nós, a grande maioria - de impor um novo paradigma mais justo, mais igualitário, que sirva de padrão e de medida a todos.
O reajustamento vai ser difícil, a memória das velhas gerações com os seus mitos e os seus modelos vai continuar presente por muito tempo, mas a escolha é cada vez mais imperativa: ou uma sociedade dual, com poucos de um lado e muitos do outro, e um enorme fosso a separá-los; ou uma sociedade mais homogénea na sua diversidade e pluralidade.
Para alcançar esta nova sociedade é preciso, como sempre, destruir a antiga, começando naturalmente por correr de vez com todos os seus representantes e intérpretes.
E como eles não permitem que “isto” se possa fazer pacificamente vai ter de se fazer como a História o ditar…
Mais tarde ou mais cedo toda a Europa vai ter que viver segundo um novo paradigma. E o que agora, neste tempo, está em jogo é saber se o paradigma por que vamos passar a viver é aquele que os titulares de todos os privilégios nos querem impor, continuando eles a viver segundo o paradigma anterior e a generalidade do povo reconduzida a uma espécie de novos escravos ou se vamos ter a coragem - nós, a grande maioria - de impor um novo paradigma mais justo, mais igualitário, que sirva de padrão e de medida a todos.
O reajustamento vai ser difícil, a memória das velhas gerações com os seus mitos e os seus modelos vai continuar presente por muito tempo, mas a escolha é cada vez mais imperativa: ou uma sociedade dual, com poucos de um lado e muitos do outro, e um enorme fosso a separá-los; ou uma sociedade mais homogénea na sua diversidade e pluralidade.
Para alcançar esta nova sociedade é preciso, como sempre, destruir a antiga, começando naturalmente por correr de vez com todos os seus representantes e intérpretes.
E como eles não permitem que “isto” se possa fazer pacificamente vai ter de se fazer como a História o ditar…
10 comentários:
Que assim seja...
pena tive de não poder ter engrosssado a manif.
Abraço "from" Figueira
Ana
Grande texto. Parabéns!
Obrigado, meu amigo, pela interpretação "por extenso" do significado dos dias :)))
Um grande abraço :)
Isto é o primeiro aviso.
"E como eles não permitem que “isto” se possa fazer pacificamente vai ter de se fazer como a História o dita" -- CP dixit.
Um abraço do outro lado do mundo.
V
GRANDE POST, MEU CARO!
P.Rufino
Concordo.
Onde é que assino?
A.M.
Que há muita gente chateada, é evidente. O que me parece é que não é assim tanta aquela gente a que vê ou sequer quer ver as causas da sua chateação. Tratou-se de uma manifestação demasiado heterogénea p+ara que se possa antever a prazo razoável qualquer consequência decisiva. Aquela massa ainda não interiorizou que, como em grande parte do mundo, a "democratização" do ensino produziu uma espécie de activos tóxicos.
Como vi escrito algures, "a questão é saber se o "proletariado académico” globalmente massificado converte a sua precarização na ideia de uma nova emancipação social para todos, ou se pretende apenas afirmar-se no capitalismo e digere ideologicamente a inevitável frustração".
LG
Obrigado a todos pelos comentários.
Respondendo a LG:
A questão é exactamente essa que coloca no fim do seu comentário. Só que o problema está precisamente num dos lados dessa dicotomia. A esmagadora maioria não será, não poderá ser, absorvida tal como muitos gostariam pelo actual capitalismo.
As suas expectativas são indigeríveis pelo capitalismo.
E é aí que está o fermento da Revolução. Da nova Revolução que inevitavelmente vai ocorrer.
Abraço
CP
Caros amigos
E AGORA O QUE É QUE VAMOS FAZER ?
É sobre isto o nosso último post.
A revolta deu o primeiro passo. Cabe agora á nossa geração completar o trabalho e correr com esta escumalha política.
Como observação ao pertinente comentário de LG, julgo que o que importa numa primeira fase é congregar (e continuar a juntar) o maior número de pessoas a protestar contra este estado de coisas. Pessoas que o são de todas as idades. A geração “à rasca” é muita gente de diversos grupos sociais e etários. Dos 20, aos 6o, 70, etc. É gente que esteve bem e deixou de estar e outros que nunca estiveram e têm direito a estar. É gente que foi miseravelmente arrastada para uma situação sem esperança, que não vê futuro à sua frente (que, de facto, não existe pelo menos num horizonte de 10 anos!), que vê a sua vida como reformado com dificuldades acrescidas, de jovens sem emprego por muitos anos e a terem de continuar a viver em casa dos pais, enfim, gente que pertence a este país e não se revê nele, porque não sabe o que o espera.
Resta revoltar-nos. Talvez um dia ainda aconteça.
P.Rufino
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