ONTEM, NO PARLAMENTO
Nobre não foi eleito Presidente da AR. Candidatou-se quando deveria ter desistido e recandidatou-se quando já sabia que não tinha qualquer hipótese de ser eleito. Nobre é o que se pode chamar uma fraca escolha: arrastou o presidente do PSD para uma derrota que deixará marcas e que acima de tudo assinala a incomodidade do CDS na distribuição das pastas governamentais. Com outra distribuição, nomeadamente com a atribuição de uma pasta económica de peso, nunca o CDS teria votado contra.
É claro que ao CDS não lhe faltavam argumentos para vetar Nobre, tanto assim que reiterou pouco antes da votação se iniciar a posição que já se conhecia, mas essa sua insistência só serve para demonstrar que não será na coligação um parceiro dócil. No fundo, o que o CDS quer dizer a Passos Coelho é que o que perdeu na composição do governo tentará ganhá-lo na respectiva acção política.
O inefável Crespo quis no seu programa da SIC N tentar passar a mensagem de que a derrota de Nobre, uma “eminente personalidade da sociedade civil”, mais não era do que a expressão da reacção “corporativa” (Crespo chamou-lhe “aparelhística”) da classe politica contra um outsider que ousou pô-la em causa. Felizmente que estava por lá o Bernardino Soares que, mais uma vez, com uma intervenção brilhante, explicou a derrota de Nobre.
Em conclusão, o oportunismo e o populismo de Nobre tiveram a merecida resposta.
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