segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A GUERRA NO AFEGANISTÃO



DE MAL A PIOR

Já há muito se sabia que a guerra no Afeganistão estava a ser perdida pelos americanos e seus aliados da NATO. Incrivelmente, Obama, que sempre se manifestou contra a guerra do Iraque, não teve a clarividência suficiente para se afastar gradualmente do Afeganistão. Pelo contrário, foi dizendo que essa era uma guerra para ser ganha e que os Estados Unidos e seus aliados se deveriam empenhar cada vez mais nesse objectivo.
Pode compreender-se que, durante a campanha eleitoral, face ao clima criado por McCain e H. Clinton, Obama não tivesse uma grande margem de manobra para “fazer a guerra” a mais esta guerra. Num país onde o complexo militar-industrial tem um peso enorme, frequentemente decisivo na condução da política americana, compreende-se que a hostilização da guerra do Afeganistão se prestaria a todas as demagogias e poderia custar-lhe a presidência da república. Mas daí à apologia da guerra, numa altura em que já havia sinais mais do que evidentes de que a sorte das armas estava a mudar, vai uma grande distância. Que agora se virará contra ele.
Os seus pedidos aos europeus de maior empenhamento não foram ouvidos em Berlim, nem em Paris. E, um pouco mais tarde, passaram também a ser muito incómodos para Londres, a primeira capital a, oficialmente, ter posto em causa a estratégia da guerra. Não que sem antes soldados britânicos desertores ou refractários o tivessem feito.
De facto, na Europa já ninguém acredita naquela guerra e todos querem livrar-se dela, salvo, porventura, Severiano Teixeira, o “grande guerreiro lusitano”.
Pois bem, agora também o responsável pelas tropas americanas no Afeganistão, general Stanley McCrysthal, vem dizer a Obama que a estratégia da guerra está errada. Que a guerra não deve ser feita para andar aos tiros aos talibãs, mas para proteger as populações dos talibãs!
Como nada disto faz o menor sentido e até faz lembrar, num contexto muito mais desfavorável, a estratégia contra-revolucionária posta em prática por algumas potências coloniais contra as guerras de libertação nacional, só resta à NATO constatar a sua derrota e tirar daí as consequências devidas. Ou seja, como vai a NATO e os seus guerreiros sobreviver a esta aventura?

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