segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O MNE, GUANTÁNAMO E CARNEIRO JACINTO


DOIS CASOS NÃO ESCLARECIDOS

Continua sem se saber em que condições e com que estatuto serão recebidos em Portugal dois dos raptados pelos Estados Unidos na cruzada antiterrorista empreendida por Bush/Cheney, depois de uma longa detenção em Guantánamo.
Qual será o estatuto, em Portugal, destes dois detidos de Guantánamo? Serão refugiados políticos? Ficarão em Portugal ao abrigo do direito de asilo? Serão imigrantes? Estarão sujeitos a um regime especial de vigilância? Ficará a sua liberdade confinada ao domicílio? Poderão movimentar-se livremente e livremente circular no espaço Shengen? Poderão demandar os Estados Unidos por danos patrimoniais e não patrimoniais decorrentes de uma prisão ilegal?
O MNE nada esclarece. E enquanto não o fizer todas as dúvidas serão legítimas.
Mas há outro assunto sobre o qual o MNE também nada esclarece apesar de insistentemente instado a fazê-lo: o caso Carneiro Jacinto.
Recapitulando: o Ministro dos Negócios Estrangeiros nomeou há cerca de quatro meses o sr. Carneiro Jacinto conselheiro de imprensa em Washington. Este sr. já no passado havia desempenhado funções idênticas na capital americana e em Paris. Desempenhou igualmente o papel de porta-voz do ministério sob A. Monteiro e Freitas. Fez-se passar por licenciado em direito pela Universidade Clássica de Lisboa sem o ser. No Anuário do MNE de 2004 figura no seu curriculum a licenciatura em direito pela FDL da Universidade Clássica. No Diário da República, nos despachos que lhe dizem respeito, o referido sr. é tratado por dr.
Como é possível que o MNE – um órgão máximo da administração central portuguesa - faça de conta que nada se passa, independentemente de a licenciatura ser ou não necessária para o desempenho do cargo? Como é possível que o MNE não conheça o curriculum deste sr., nomeadamente a sua passagem pela Presidência da República, no tempo do Dr. Mário Soares? Como é possível que o MNE albergue como seu funcionário um cavalheiro que se fez passar pelo que não é? Todos continuamos à espera de uma atitude do MNE.
Que estranhos poderes terá o dito cavalheiro para continuar completamente imune a mais esta situação?

4 comentários:

FJCoutinhoAlmeida disse...

Não terá a ascensão de CJ nada a ver com a Maçonaria ?

Anónimo disse...

Hummmm.... maçonaria não me cheira, embora seja bem verdade que hoje já alberga de tudo. Por isso, não seria de espantar. E então se tiver uma ala cor-de-rosa ...
É que há gentalha para quem quaisquer actos, mesmo que praticados com pouca convicção, justificam os fins.

SE

Observador disse...

Pois, o Palácio das Necessidades é pintado de cor de rosa. Presumo que é isto que o comentário anterior quer dizer :-)

Anónimo disse...

Não propriamente, embora essa seja uma tonalidade muito forte no MNE , por vezes decisiva, e até bem aproveitada por quem não tem escrúpulos. Porém, cor-de-rosa não equivale a falta de carácter, ausência de escrúpulos, fraude ou imoralidade, entre tantos outros atributos de que a personalidade do indivíduo em apreço é dotada. O que incomoda ainda mais é o facto de os actos do indivíduo serem conhecidos e tudo continuar na mesma! E mais: o tipo ainda é premiado com lugares de destaque e altas funções de representação do Estado português! Se o Dr. Mário Soares quisesse falar.... Se a sua esforçada secretária pessoal quisesse falar.... Se quem, na altura, fez a investigação quisesse falar... Entre tantos outros...
Quem e quantos serão os que o indivíduo tem “by the balls” ? Que terão eles feito?
Por onde anda o jornalismo de investigação deste país? O que foi feito pela "Sábado" ficará por ali? Ou será que a classe não pode investigar os seus membros?
De facto, “jornalista” sem escrúpulos, nos nossos dias, rende muito. Se rende …

SE