segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A "IMPARCIALIDADE" DA RTP




BOM DIA PORTUGAL”

No programa da manhã da RTP, “Bom dia Portugal”, o locutor de serviço noticia a resposta de Sócrates à proposta do PSD sobre o fim da progressividade dos impostos. Para esclarecimento do assunto, o locutor convidou o dr. Fulano de tal (cujo nome desconheço), “especialista” na matéria.
Então, o tal dr., um jovem de tenra idade, começa por responder à pergunta do locutor, esclarecendo os conceitos de progressividade e de proporcionalidade fiscal, mas logo acrescenta com toda a convicção: não se percebe porque existe todo este alarido à volta da proporcionalidade dos impostos (a proposta do PSD), já que se trata de um assunto “estudadíssimo” e com excelentes resultados nos países do Leste da Europa que aplicaram este sistema. Estes países, que eram paupérrimos, estão hoje todos à frente de Portugal e isso deve-se ao sistema fiscal em vigor que premeia quem mais trabalha e promove o desenvolvimento.
Ao ouvir este comentário lembrei-me de Castrim e daquele seu sentimento dividido sobre a RTP: gosta-se da RTP porque é uma estação pública que não está sujeita às imposições do capital privado e à férrea lógica do lucro e detesta-se a RTP porque é uma “velha prostituta” capaz de todas as baixezas e de se vender ao primeiro figurão que lhe “cheire” a poder.
Mas este episódio serve também para demonstrar como é verdadeira a tese de que a generalidade dos nossos comentadores, “especialistas” e aparentados é absolutamente incapaz de se pronunciar sobre qualquer questão sem ser numa perspectiva puramente ideológica. Mesmo aqueles que são chamados a esclarecer um assunto, imediatamente deturpam os elementos de facto ou os desprezam, para fazerem vingar a posição que ideologicamente defendem como se uma verdade científica se tratasse. Mas a RTP sabe muito bem quem escolhe…

2 comentários:

Anónimo disse...

kiessaDe acordo, 100%.

A.M.

Ana Paula Fitas disse...

É incrível como escolhem os comentadores: uns, repetidos À exaustão, são os velhos conhecidos na praça pública... outros, desconhecidos, pretensamente para renovar painéis, reproduzem em linguagem aligeirada e a despropósito, clichés que denotam ainda menos qualidade que os anteriores... na RTP, na SIC, etc... Extraordinários critérios de recrutamento e selecção estes, de tão consensual mediocridade... de facto, impressiona!
Abraço.