A TRADIÇÃO DE LUTA
ASTURIANA
Se em Espanha há uma região onde os trabalhadores têm plena consciência
da importância da luta como forma de alcançar os seus objectivos, essa região é
indubitavelmente as Astúrias. Sempre assim foi ao longo do século XX, antes,
durante e depois de Franco, e volta a sê-lo agora numa Europa semi-adormecida e
incapaz de se opor eficazmente às políticas de austeridade, todas elas, sem
excepção, destinadas a reforçar a taxa de lucro do capital.
Nas Astúrias, como de costume, a luta dos trabalhadores não se traduz num
rosário mais ou menos barulhento de lamentos contra as políticas que lhes são
impostas. A luta na Astúrias tende sempre a ser a resposta adequada à violência
institucional que se abate sobre os trabalhadores. E mais uma vez assim está a
ser. Os mineiros entraram em greve no dia 23 de Maio. Desde então têm-se confrontado quase diariamente com a
polícia em recontros frequentes, têm cortado estradas e autoestradas com
barricadas e passaram a contar desde domingo com a greve dos trabalhadores dos
transportes. Uma greve total, sem serviços
mínimos, que continua paralisando completamente todos os transporte da região.
Enquanto o governo não repuser as ajudas ao sector mineiro, a
luta continuará. Uma luta pelo posto de trabalho, certamente, mas também uma
luta contra o neoliberalismo e pela manutenção
do tecido produtivo nacional.
1 comentário:
Dolores Ibarruri, asturiana!
E, se não me engano, um dos primeiros "feitos históricos" militares de Franco foi a repressão de um movimento grevista dos mineiros asturianos
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