E QUEM ACREDITA?
Depois da chuva de críticas que caiu sobre as palavras de
Borges, inclusive de algumas das famosas bases do PSD e do CDS, que tem que tomar as suas
precauções relativamente a tudo que não seja estritamente oficial, Passos
Coelho, aparentemente, mas só aparentemente, não confirmou as palavras de
Gaspar, que havia seguido Borges, embora dizendo o mesmo de outra maneira.
Disse Passos Coelho que tal como já tinha afirmado no Parlamento na semana passada
o “Governo não está a preparar baixas dos
salários em Portugal”. E a seguir exemplificou com aquilo que o Governo já
fez aos reformados e aos funcionários públicos para dar a entender que o que
lhes fez já chega.
A verdade é que este desmentido não desmente nada: primeiro, porque
o facto de Passos dizer que o “Governo não a está a preparar” não significa que
não decida o amanhã ou depois de amanhã fazer o contrário; e em segundo
lugar, porque mesmo que a sua afirmação tivesse a amplitude que não tem – abranger
todos o salários e não apenas os dos funcionários públicos e as reformas – nada
garante que Passos não esteja a mentir como repetidamente tem feito desde que é
presidente do PSD e Primeiro Ministro.
Nada do que até hoje foi dito pelo Ministro das Finanças
deixou de se fazer. O que acontece é que o sector do Governo com um mínimo de sensibilidade
política (Passos e Relvas) já percebeu que se continua a apertar muito lá se
vai “o extraordinário povo português”. As coisas têm de ser feitas com uma
certa cadência e na hora própria. E esta ainda não era a hora própria de Borges
falar – coisa que Borges não percebe por ser um refinadíssimo (ver post anterior) que ganha dezenas de
milhares de euros por mês e nem sequer lhe passar pela cabeça que é exactamente
no mês de Junho que centenas de milhares de cidadãos portugueses estão a ser vilmente
espoliados dos salários e reformas a que têm direito!
1 comentário:
o primeiro-ministro com aquele jeitinho salazarento, de quem não mata moscas (manda matá-las...), lá vai levando este povo à certa...
realmente mais vale cair em graça que ser engraçado, até na política.
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