quinta-feira, 21 de junho de 2012

NOTAS BREVES




SOBRE FACTOS CORRENTES



SUÉCIA – Quem te viu e quem te vê! Há mais ou menos meio século, a Suécia era a Pátria da liberdade e da verdadeira terceira via e não dessa coisa inventada por Guiddens, e aplicada pelo criminoso de guerra Tony Blair, destinada a encurtar o caminho para o neoliberalismo a coberto das “inovações inevitáveis” apadrinhadas pela social-democracia. Hoje a Suécia é governada por uma direita bem radical serventuária de Merkel, a cuja dominação ideológica se acolhe, sempre pronta a fustigar com um mal disfarçado racismo os “preguiçosos” países do sul. Mas não se fica por aí: Assange tem por certo que será entregue aos americanos se for extraditado para a Suécia, essa “arábia saudita das mulheres”, para ser julgado por uns pretensos crimes sexuais. Para tentar escapar a esse destino mais que certo, refugiou-se na Embaixada do Equador, em busca de asilo político. Ao que isto chegou: já se foge da Suécia! Valha-nos a compensação: perdeu-se a Suécia, ganhou-se o Equador. Até ver…



ESPANHA – Há alguma semelhança entre a Espanha e a Madeira? Geografias à parte, em tudo são parecidas. Em Espanha, tal como na Madeira, escondeu-se a divida e a situação financeira dos bancos. Aquando do resgate, Rajoy, tal como Jardim, apresentou-o mais como o resultado de pressões exercidas sobre ele do que de necessidades reais do país. E no que respeita à democracia parlamentar, é bom não aprofundar, caso contrário ainda terá de se concluir que a Madeira é um modelo invejável. Rajoy recusa discutir no parlamento a situação dos bancos intervencionados bem como a permitir que sejam ouvidos aqueles que os geriram. Chegou mesmo a proibir o anterior governador de Banco de Espanha de falar sobre o assunto. Mas há mais: adiou para o ano que vem o debate sobre o “estado da nação”! Jardim tem muito que aprender…

(Já agora uma “boutade” de Fraga Iribarne sobre Rajoy. Aqui há muitos anos atrás quando Rajoy começava a despontar, já bem trintão, como político promissor na Galiza, perguntaram a Fraga, então presidente da Xunta de Galicia, o que ele achava sobre a hipótese de Rajoy um dia lhe suceder. Fraga, surpreendido com a pergunta tanto mais que não contava largar o lugar tão cedo, respondeu: Sim, o rapaz tem hipóteses, desde que arranje uma mulher e aprenda galego. Mulher, Rajoy arranjou, pouco antes de suceder a Aznar. Galego, provavelmente não aprendeu. Mas também não lhe vai fazer falta).



ERC – Como se esperava a entidade reguladora para a comunicação social concluiu após “porfiadas e diligentes investigações” que Relvas não fez pressões ilícitas sobre o Publico nem sobre a jornalista Maria José Oliveira, a única vítima de toda esta história. Carlos Magno, o grande regulador destas questões da comunicação social, nomeado juntamente com dois outros impolutos reguladores, no caso impolutas, pelo PSD, concluiu o que tinha de concluir ou não fosse ele um velho e batido caminheiro nestas coisas da imprensa. Ele que já votou PC, apoiou Soares, depois a Aliança Democrática, transferindo-se no estertor desta, meio cá meio lá, para o novel liberalismo de Lucas Pires que em Ofir apadrinhou, para seguidamente…Não adianta continuar: ainda estamos muito distantes de 2012. E teríamos de os correr todos até Sócrates de quem foi confesso admirador até… Até, como de costume, voltar a saltar…

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda havemos de ver um tal doutor da mula ruça, Conselheiro de Imprensa em Washington, como presidente da ERC.
Era um lugar ótimo para ele.
Já faltou mais...

JR

JM Correia Pinto disse...

Ainda é CI em WDC?

Dias disse...

A disfunção da ERC é igual à da Justiça.
No meio da tragicomédia a que vamos assistindo, Carlos Magno é só mais um actor…escolhido em tempo pelo encenador Relvas.

Anónimo disse...

Suécia: Para todos os que vociferam contra perda de soberania para o império alemão, que o altaneiro povo da Suécia em boa hora recusou (aliás os povos desde que bem ouvidos e respeitados nunca erram), aí têm! Um vómito o comportamento do soberaníssimo governo da Suécia! Quem se lembra dos assomos de independência face ao império aquando da guerra do Vietnam! Nesta matéria seria muito interessante saber o que pensam do processo (ou do que sabe do mesmo) as correntes femininistas!

Espanha: Quem não sabia? Quem não sabia o que estava a ser o regabofe das regionalites, sobretudo a sua "gestão ao serviço das comunidades" das caixas de aforro? Quem estava atento ia vendo, aqui e ali, que o superavite do Estado não traduzia uma situação tão sólida como se poderia supor. Mas, contrariamente a muita gente, eu (moi) penso que a nossa situação é mais perigosa que a dos espanhóis

ERC = His master´s voice

lg