quinta-feira, 19 de março de 2009

A CANDIDATURA DE DURÃO BARROSO E AS ELEIÇÕES EUROPEIAS


O PS NUMA ENCRUZILHADA

Os dirigentes do PPE decidiram hoje, em Bruxelas, por unanimidade, apresentar a candidatura de Durão Barroso a um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia.
Depois de algumas hesitações, nomeadamente dos franceses, desagradados com certas afirmações de Durão Barroso, aquando da apresentação do “pacote de estímulo” à indústria automóvel gaulesa, e de alguns rumores que davam Angela Merkel como indecisa, os líderes do Partido Popular Europeu apoiaram hoje, unanimemente, a candidatura de Barroso.
Falta agora saber como vai reagir o segundo maior partido do Parlamento Europeu, o Partido Socialista Europeu. Toda a gente sabe que, ideologicamente, em tudo o que respeita ao modelo de construção europeia, não há diferenças significativas entre ambos os partidos.
Porventura, o PSE será, em assuntos económicos, mais liberal (isto é: neoliberal) e o PPE, em domínios tipicamente sociais, mais restritivo. Mas apenas como tendência, já que a orientação política dos deputados varia muito em função do país donde provêm. Portanto, é muito provável que o PSE acabe por apoiar também Durão Barroso, como já ontem fez Gordon Brown, cuja conduta espelha bem o que o Partido Trabalhista britânico pensa da Europa. Pode, todavia, acontecer que, por razões menores, o PSE tenha de apresentar o seu próprio candidato. Se tal acontecer está criado para o PS português um grande imbróglio. O PSD não vai deixar de agitar o argumento nacionalista para ganhar votos ao PS. E, muito provavelmente, com êxito. Se, pelo contrário, o PSE apoiar Barroso, o PS ficará bem mais à vontade, não obstante a incomodidade de Ana Gomes. Mas se Paris vale bem uma missa, um lugar no Parlamento Europeu vale ainda mais um qualquer presidente da Comissão Europeia!

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