segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A CONVERSA DO SR. VANZELLER



AGORA TÃO ACTIVO QUANTO A FAMÍLIA

O Sr. Vanzeller, Presidente da CIP, tornou-se “íntimo” do Governo Sócrates, quando em colaboração com uns tantos “lobbistas” e o apoio do Presidente da República, conseguiu impor a alteração da localização do novo aeroporto de Lisboa. Desde então passou a ter nos media uma frequência pelo menos tão assídua quanto a do resto da família. E assumiu esse ar de “íntimo” do poder com tanto zelo que até concordou publicamente com o Ministro das Finanças quando este se queixou na televisão das batotas fiscais generalizadas de um certo sector empresarial. O desvelo com o que fez foi tal, para se dar ares que privava com o poder por dentro, que esteve quase a perder o lugar. Teve que se desdizer e remeter-se a um longo silêncio para fazer esquecer a humilhação pública por que tinha passado.
Agora voltou a falar sobre “governabilidade” e “arco do poder” e outros conceitos do género introduzidos no léxico político português por um conhecido capitão (por contra doutrem) da indústria, ex-ministro de Guterres. Voltou a falar, para dizer que a aliança governativa do PS somente se pode fazer com o CDS ou com o PSD.
Não estão em causa as suas opiniões. O que está em causa é a justificação. “É que nós precisamos de um governo estável para fazer os nossos projectos”, disse. O que não deixa de ser uma estranha justificação para quem anda sempre a reclamar contra a excessiva intervenção do Estado. É estranha, mas compreende-se porque, na verdade, o presidente da CIP não é contra a intervenção do Estado se essa intervenção se traduzir em benesses ou em negócios com as empresas. O que ele contesta é a intervenção do Estado nas áreas sociais: na saúde, na educação, na segurança social, na regulação das relações de trabalho e por aí fora.

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