segunda-feira, 18 de março de 2013

DEPOIS DO CONFISCO, A PALHAÇADA



AFINAL, QUEM RESPONDE?

Cavaco Silva prestou hoje declarações em Roma, como passante, sobre a situação em Chipre. E depois dele Paulo Portas, também como passante. Como passantes, porque o canal televisivo que transmitiu as declarações de ambos integrou-as numa peça mais vasta em que estavam incluídas declarações de vários cidadãos cipriotas e portugueses interrogados ao acaso na rua sobre as eventuais consequências da decisão do eurogrupo.

E de facto, depois de ouvir Cavaco Silva e Paulo Portas,  faz todo o sentido que ambos tenham sido integrados na peça dos passantes. Aliás, Seguro também lá estava…e por direito próprio. Mas deste trataremos mais à frente.

Na verdade, é uma palhaçada ouvir as advertências de Cavaco à Europa, bem como as de Portas, secundando circunspectamente Cavaco, sem nada mais poder acrescentar…porque estava em “serviço externo”.

Então, Portugal não teve um ministro no Eurogrupo? Como votou ele? Opôs-se ao confisco dos depositantes? E Cavaco não é o Presidente da República? Então, de que está à espera para actuar se entende que quem assim agiu não está no seu perfeito juízo? E Portas não pertence ao mesmo Governo do ministro que lá esteve? Então, por que não tira as consequências?

Schäuble também diz que a ideia não foi dele, apesar de a gente ter visto Merkel a defender, com entusiasmo hitleriano, a decisão do Eurogrupo. Aliás, o que dizem os espanhóis é que a Alemanha até queria mais, queria 12%!

E Seguro? O que diz Seguro? Numa típica demonstração de “solidariedade sucialista”, Seguro não está nada preocupado com o que se passa em Chipre, mas apenas com os eventuais efeitos dessa medida em Portugal, que ele quer acreditar não se verificarão.

Isto é um exemplo acabado do que é a Europa. Primeiro :“Nós não somos a Grécia” e doravante: “Nos nossos depósitos ninguém tocará”. É esta a Europa.

Infelizmente, também por este lado - pelo lado da mais complerta ausência de solidariedade -  a medida é racista e discriminatória, bem ao estilo das retaliações referidas no post anterior. De facto, nos depósitos off shores da Inglaterra, por exemplo, ninguém ousará tocar, bem como nos de qualquer outro país forte da Europa.

Como dizíamos, esta é a Europa que nós temos e aqueles são os palhaços que lhe dão corpo. Durante tempos fizeram-nos rir, agora fazem-nos chorar. É tempo de correr com eles do circo!

2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

...e a corrente cresce, cresce, cresce: demissão, já!

menvp disse...

-> O supervisionador do BPN (vulgo Vítor Constâncio) assegurava que estava tudo bem... depois foi o que se viu...
-> O FMI defendeu que banca cipriota era sólida (supervisionadores à Constâncio)... depois foi o que se viu...
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-> Pessoal que anda por aí a apregoar aos sete ventos... que o FEDERALISMO (nota: implosão de soberanias) é a solução necessária... para que a Europa não caia num caos económico: é PRECISAMENTE o pessoal que, no passado, andou a apregoar «há mais vida para além do deficit»!
Este pessoal [marionetas ao serviço da superclasse (alta finança - capital global)] sabia, muito bem, que contrair endividamento... esperando um crescimento económico perpétuo... era uma RATOEIRA!...
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-> Anda por aí muito político cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da superclasse (alta finança - capital global).
- privatização de bens estratégicos: combustíveis... electricidade... água...
- caos financeiro...
- implosão de identidades autóctones...
- forças militares e militarizadas mercenárias...
resumindo: estão a ser criadas as condições para uma Nova Ordem a seguir ao caos (*) - uma Ordem Mercenária: um Neofeudalismo!
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(*) Países em vias de 'Detroitização'... pode-se ver, por exemplo, «aqui» o "paraíso" que é Detroit.