O GOVERNO QUER FICAR
A primeira e mais importante conclusão que se pode tirar da
demissão de Miguel Relvas é que o Governo quer ficar. Desiludam-se todos os que
supuseram que uma eventual decisão negativa do Tribunal Constitucional
implicaria a demissão do Governo.
Isso não acontecerá, qualquer que venha a ser o sentido e
amplitude daquela decisão. O Governo manter-se-á porque o seu núcleo forte
altamente comprometido com a Troika quer continuar e a Troika exige que o
Governo continue. E continuará também porque Cavaco jamais tomará a iniciativa
de o demitir ou de dissolver a Assembleia da República. E quanto ao CDS nem
vale a pena falar, pois, como aqui se tem dito vezes sem conta, está porventura
mais interessado na continuidade do Governo, como forma de participação sua no
poder, do que o próprio PSD.
A saída isolada de Relvas significa, portanto, a manutenção
do Governo, certamente remodelado para satisfação de algumas exigências do CDS
que se continuará a bater por pastas que tenham politicamente pouco desgaste e
alguma substância orçamental.
Mas a continuação do Governo também é má para a dupla
Seguro/Zorrinho que apostou tudo numa próxima demissão. Com o Governo em funções
pelo menos até às autárquicas, diminuem fortemente as hipóteses de Seguro poder vir a substituir
Passos Coelho…
Quanto propriamente à saída de Relvas não há muito a dizer.
Relvas estava muito fragilizado, é certo, mas perante a desgraça geral que este
Governo representa para os portugueses, já não passava na fase em que as coisas
estão de um mal menor. Para a sua saída contribuíram certamente os
desenvolvimentos sobre a “licenciatura” que, caso venha a ser retirada,
praticamente o impossibilitava de continuar em funções, mas também o “mistério”
da contratação de Sócrates para a RTP na qual ele tem de estar directamente
envolvido, por muito que se diga o contrário.
É difícil, sem conhecer bem os factos e, principalmente, a
sua cronologia, saber como as coisas realmente se passaram. Pode ter acontecido
que a evolução da questão da licenciatura e as suas eventuais consequências o
tenham levado à contratação de Sócrates ou pode ter acontecido exactamente o
contrário: ter sido a contratação de Sócrates que levou ao “desenvolvimento”
das questões relacionadas com a licenciatura.
Uma coisa, porém, é certa: Passos Coelho e muita outra gente
do PSD, para não falar do CDS, não acharam graça absolutamente nenhuma àquela contratação.
Relvas é um português típico por muito que isto custe ouvir
ou até escrever. Compadrios, arranjos, cunhas, favores, retribuições e os
ganhos correspondentes em influência, poder e “materialidades”. Desde a
primeira hora se notava, até pelo seu passado na política, que estava longe de
poder aspirar ao estrelato dos grandes nomes do PSD que medraram sob cavaquismo
e fizeram depois fulgurantes carreiras na vida político-económica portuguesa.
Sobrava-lhe em ambição o que lhe faltava em qualidades naturais para poder
ascender impunemente ao título de “senador” com assento nos lugares honoríficos
do Estado e ao convívio com príncipes árabes e ex-governantes em coutadas
selectas onde até as próprias presas são escolhidas em conformidade. Como não sabe caçar…foi
caçado!
2 comentários:
Vamos lá ver se a gente se entende?!
Então e o outro? O mitómano fez exames de disciplinas não curricularmente previstas, fez exames por fax, correspondia-se "cartularmente" com os professores sobre o de(curso) da sua aprendizagem, teve equivalências estranhas, realizou exames ao domingo, dia em que concluiu o curso.
O original do seu curriculum académico anda sabe-se-lá por onde, há documentos fotocopiados que não são exactamente iguais entre si.
Quando se levantou controvérsia sobre a "existência" do seu curso e da forma como foi obtido por, entre outras razões, ter sido concluído num domingo, "branqueou" a situação e vitimizou-se, foi para a televisão, que servilmente "O convidou" para uma entrevista para o efeito, desmentir o evidente e acusar quem o acusava, o ministério apropriou-se do seu processo académico para evitar que fosse consultado, e nada foi feito quanto à atribuição do seu grau académico, apesar da universidade privada onde o obteve ter sido encerrada por evidentes "falcatruas" e outras "bandalheiras".
Entrementes manteve-se como primeiro ministro, manteve-se como "inginheiro", ganhou eleições, rebentou com as finanças públicas - houve "indícios" de estar envolvido em negócios "estranhos" mas, o único resultado visível de tudo isso foi um processo judicial com buracos recortados nas folhas!
Atirou o país para uma enorme crise financeira e orçamental em face da qual teve que ser "empurrado para fora" do governo antes que o país "desaparecesse do mapa", e, espantosamente, não lhe aconteceu nada!! Nada! Nadinha mesmo!
Foi calmamente estudar "philosophia" para Paris, sabe-se lá em que escola (a Science Porra!), com um "empréstimo" do "seu" banco, tornou-se delegado de propaganda médica e aparece agora como comentador político na televisão do Estado.
Continua "inginheiro", agora também "philosopho", é consultor (ou seja, faz negociatas legitimadas pelos vampiros da Octapharma) de "produtos para a saúde" e vem agora para a televisão pública "desancar" os seus opositores (no P$ e fora dele) visando abrir caminho para as suas (sempre negadas, o que, no seu caso, significa que são mais que verdadeiras) ambições politicas!!!
Então, como é???
In tегms οf eаsy breathing,
the smoκer frequently rewards from smokіng these glусerin basеd cigaгetteѕ, and
iѕ hаrdly eveг negatively impaсted by thіs light anԁ
simple ѕmoke.
Feеl free to visit mу website :: v2 cigs coupon
Enviar um comentário