quinta-feira, 30 de julho de 2009

DUAS NOTAS SOBRE UMA SEMANA DE AUSÊNCIA



NA AUSÊNCIA DE ALGO MAIS INTERESSANTE…


Com a proximidade das férias tudo costuma ficar muito mais calmo. Mas este ano não vai ser assim. A proximidade das eleições tende a alterar a pacatez habitual desta época do ano. Os partidos tudo farão para manter as pessoas despertas, se possível receptivas às suas mensagens. Na semana que passou acompanhei de muito longe o que por cá se foi passando. Destaco dois factos, dentre os vários que poderiam ser focados, embora a ausência de contacto com os acontecimentos em directo implique algumas vezes a sua apreciação numa perspectiva nem sempre coincidente com a de quem cá está.
Conforme se previa, a presidente do PSD não foi à Madeira, ao Chão da Lagoa. Estava com gripe. Não se sabe se A ou B. Provavelmente, terá sido B. E assim sendo, tudo se arranjou pelo melhor. O Jardim, em tarde de muito calor, lá foi dizendo as suas coisas, sem que tais coisas tivessem provocado a menor impressão nos sensíveis ouvidos de Cavaco, Rangel ou Ferreira Leite, sempre tão impressionáveis com outros sons ou gestos. E não tendo estado presente, não tem que comentar, concordar ou discordar, porque mulher séria não tem ouvidos!
Do lado do PS, o episódio Joana Amaral Dias esteve e parece que ainda está na ordem do dia. Tenho alguma dificuldade em perceber as reacções tanto do lado do Bloco, como do lado do PS. Quando aqui há tempos se “levantou” um movimento de solidariedade por JAD não ter sido eleita para a Mesa do BE (!!!) , que a própria muito agradeceu, registando com palavras muito simpáticas todos os apoios recebidos, lembro-me de ter dito aqui neste blogue: “Há aqui alguém que se enganou. Em breve o saberemos.”
Tanto quanto percebi, a questão está agora sendo tratada em termos de assédio. Não pode haver a menor dúvida de que o assédio, em qualquer das suas modalidades, é reprovável e não se deve com ele contemporizar. Do ponto de vista militar o assédio é uma operação de cerco com vista ao exercício do domínio do local assediado. Em sentido figurado, o assédio é uma insistência impertinente. Na linguagem jurídica o conceito é mais complexo, e parece pressupor a obtenção de uma vantagem facilitada pela posição do assediador relativamente à assediada. Por exemplo uma relação de superioridade hierárquica ou de dependência da vítima, seja essa dependência de natureza económica, psicológica ou de outra ordem, relativamente ao assediador, configurará seguramente uma situação de assédio.
Tanto quanto percebi, o Bloco diz que JAD foi assediada, para integrar as listas do PS, certamente no sentido de ter sido insistentemente convidada, ou seja de forma impertinente, despropositada ou desconfortável.
O PS nega não apenas o assédio, mas também o convite.
Mas será isto um caso, quando nem a principal visada parece interessada em o esclarecer? E, se tivesse havido convite, poderia falar-se de assédio?

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