SERÁ ASSIM TÃO PREJUDICIAL AO PS?
De tudo o que já se escreveu sobre o gesto de Pinho, tanto ironicamente como com a circunspecção dos grandes momentos, fica a ideia, que o PS parece partilhar, de que ele poderá ser eleitoralmente desfavorável, porventura até muito.
Não estou assim tão certo de que o famoso gesto tauromáquico de Pinho, enquanto tal, seja assim tão negativo para uma larga franja de eleitorado que o PS pretende cativar. É certo que o PSD, tendo visto no gesto um excelente pretexto para atacar o Governo, pediu de imediato a cabeça do Ministro e o CDS, com aquele ar sério de Portas, que ninguém leva a sério, secundou o PSD de uma forma mais pérfida, dando como assente um facto que esperava não se viesse a verificar: um pedido de desculpas do PM. Enganou-se. Todavia, perante o seu eleitorado terá ficado mais bem colocado do que Rangel. E porquê? Porque não parece que o gesto dirigido à bancada comunista tenha desagradado assim tanto as hostes de direita. Pelo contrário, até o aplaudem, como certamente já todos ouvimos.
Os próprios comentadores de direita quando chamados a pronunciar-se sobre o assunto, depois da “langue de bois” exigida pela ocasião e pelo local em que o gesto foi proferido, não escondem uma certa satisfação. Um tal C. Magno, que fala na Antena 1, ainda no passado sábado se referia ao “rapaz do PC” como o responsável pelo que aconteceu. E outros, um pouco na mesma linha, entretêm-se a tentar compreender o significado do gesto, sem, porém, o conseguirem, como é o caso de um conhecido jornalista que escreve na última página do Público. Quanto ao gesto em si, não perpassa em toda a prosa deste jornalista a mínima reprovação. Pelo contrário, um mal disfarçado contentamento está muito mais presente.
A isto acresce o facto de Pinho, como Ministro, não desagradar à direita. É um homem vindo das suas hostes, gozando por isso da benevolente compreensão daqueles que o sentem seu.
A ideia de que os trabalhadores de Aljustrel traíram o PC, honrando Pinho com um convite para estar presente num jogo de futebol, parece agradar a toda a direita, independentemente dos contornos do facto e até do carácter circunscrito do convite.
Isto não quer dizer que o PM não devesse ter feito o que fez. Não tinha alternativa e a sua atitude é a politicamente correcta. Com um pouco de boa-vontade até não faltará quem ache que ele sai mais favorecido do episódio do que Cavaco, que, actuando também no quadro do politicamente correcto, tem contra si o silêncio comprometedor guardado noutros casos, nomeadamente os passados na Madeira.
Do episódio parece só poderem tirar politicamente partido aquelas forças que sejam capazes de fazer passar para o eleitorado a ideia de que o gesto é um forte sintoma de desnorte do Governo e simultaneamente tenham capacidade para fazer com que o seu eleitorado interiorize a ofensa que o gesto objectivamente representa.
De tudo o que já se escreveu sobre o gesto de Pinho, tanto ironicamente como com a circunspecção dos grandes momentos, fica a ideia, que o PS parece partilhar, de que ele poderá ser eleitoralmente desfavorável, porventura até muito.
Não estou assim tão certo de que o famoso gesto tauromáquico de Pinho, enquanto tal, seja assim tão negativo para uma larga franja de eleitorado que o PS pretende cativar. É certo que o PSD, tendo visto no gesto um excelente pretexto para atacar o Governo, pediu de imediato a cabeça do Ministro e o CDS, com aquele ar sério de Portas, que ninguém leva a sério, secundou o PSD de uma forma mais pérfida, dando como assente um facto que esperava não se viesse a verificar: um pedido de desculpas do PM. Enganou-se. Todavia, perante o seu eleitorado terá ficado mais bem colocado do que Rangel. E porquê? Porque não parece que o gesto dirigido à bancada comunista tenha desagradado assim tanto as hostes de direita. Pelo contrário, até o aplaudem, como certamente já todos ouvimos.
Os próprios comentadores de direita quando chamados a pronunciar-se sobre o assunto, depois da “langue de bois” exigida pela ocasião e pelo local em que o gesto foi proferido, não escondem uma certa satisfação. Um tal C. Magno, que fala na Antena 1, ainda no passado sábado se referia ao “rapaz do PC” como o responsável pelo que aconteceu. E outros, um pouco na mesma linha, entretêm-se a tentar compreender o significado do gesto, sem, porém, o conseguirem, como é o caso de um conhecido jornalista que escreve na última página do Público. Quanto ao gesto em si, não perpassa em toda a prosa deste jornalista a mínima reprovação. Pelo contrário, um mal disfarçado contentamento está muito mais presente.
A isto acresce o facto de Pinho, como Ministro, não desagradar à direita. É um homem vindo das suas hostes, gozando por isso da benevolente compreensão daqueles que o sentem seu.
A ideia de que os trabalhadores de Aljustrel traíram o PC, honrando Pinho com um convite para estar presente num jogo de futebol, parece agradar a toda a direita, independentemente dos contornos do facto e até do carácter circunscrito do convite.
Isto não quer dizer que o PM não devesse ter feito o que fez. Não tinha alternativa e a sua atitude é a politicamente correcta. Com um pouco de boa-vontade até não faltará quem ache que ele sai mais favorecido do episódio do que Cavaco, que, actuando também no quadro do politicamente correcto, tem contra si o silêncio comprometedor guardado noutros casos, nomeadamente os passados na Madeira.
Do episódio parece só poderem tirar politicamente partido aquelas forças que sejam capazes de fazer passar para o eleitorado a ideia de que o gesto é um forte sintoma de desnorte do Governo e simultaneamente tenham capacidade para fazer com que o seu eleitorado interiorize a ofensa que o gesto objectivamente representa.
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