terça-feira, 15 de julho de 2008

A INFLAÇÃO E A "SENSIBILIDADE SOCIAL" DO GOVERNO

QUEM INDEMNIZA OS TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM?

Os jornais de hoje, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), noticiam uma subida da taxa de inflação em Junho de 0,5%, o que representa um agravamento de 3,4% relativamente a igual período do ano passado.
A taxa de inflação média subiu de 2,6% para 2,7%, ficando já distante dos 2,1% que serviram de referência ao Governo para definir os aumentos dos funcionários públicos para o ano em curso.
O que se passa este ano, tem-se passado nos últimos anos, sempre em prejuízo dos trabalhadores. Os trabalhadores perdem, as empresas ganham, principalmente as grandes empresas que negoceiam bens essenciais.
Quando se diz que o Governo privilegia o capital e discrimina negativamente o trabalho é disto que se fala. Da injustíssima distribuição de rendimentos que faz com que Portugal seja o país da União Europeia onde as diferenças entre ricos e pobres são mais profundas. Os rendimentos reais dos trabalhadores diminuem e os lucros das empresas sobem, tanto mais escandalosamente quanto maiores são as dificuldades da generalidade da população. Esta situação não resulta da crise, nem é uma consequência inevitável da economia dos nossos dias, mas antes o resultado de opções políticas deste Governo e dos que o antecederam.
Quando o Governo e os seus apoiantes falam em “sensibilidade social” falam de esmolas, de migalhas destinadas a atenuar os efeitos mais dramáticos da sua política. Se sensibilidade social não fosse, como na realidade já é, um conceito completamente descaracterizado pelo uso demagógico que dele tem sido feito, quereria com ele significar-se a política de um governo que assegura pelas suas políticas uma justa repartição dos rendimentos entre o capital e o trabalho, reformas dignas e sem perda do rendimento real, segurança no trabalho, correcta caracterização das posições em que trabalhador e empregado intervêm no contrato de trabalho, ou seja, tudo aquilo que este Governo não faz.

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