quinta-feira, 17 de julho de 2008

OBAMA CONTINUA A DECEPCIONAR


AFINAL O QUE MUDA?

Evidentemente, que alguma coisa tem de mudar na política americana. Ganhe quem ganhar. Mas a probabilidade de haver uma mudança capaz de influenciar positivamente a situação política mundial, é cada vez mais remota.
Mesmo que se entenda que o objectivo de Bush consistia em criar uma grande instabilidade no médio oriente, capaz de perdurar por muitos anos, teria sempre de concluir-se que a sua política, pelos efeitos que teve na América, se saldou num grande fracasso. Por isso, teria sempre de haver mudança. Todavia, mais do que a mudança, o que verdadeiramente interessa é o sentido da mudança.
Quem, durante as primárias, ouviu o debate de Houston, entre Obama e H. Clinton, teve razões para acreditar que Obama, pelo programa que expôs em matéria de política internacional, poderia protagonizar aquela mudança. Infelizmente, à medida que o tempo vai passando e a disputa com McCain se vai tornado mais intensa, a sensação com que se fica é a de que não há grandes razões para optimismos. A avaliar pelo que são hoje as suas palavras, Obama vai-se “enterrar” no Afeganistão, porventura ainda mais do que Bush, e vai agravar as relações com o Paquistão.
O conflito israelo-palestiniano – a “mãe de todos os conflitos” – também não terá melhor sorte. O apoio incondicional de Obama a Israel não deixa margem para qualquer entendimento durável.
A grande incógnita respeita ao Irão. O que tencionam fazer até Novembro Bush e os judeus? Atacar? Se Obama quer efectivamente distanciar-se de Bush, deveria fazer uma intensa campanha contra qualquer ataque ao Irão. Só que isso implicava admitir a possibilidade de o Irão se dotar de armamento atómico e acabar com a supremacia estratégica de Israel na região. Ou seja, significava aceitar a possibilidade de uma paz no médio oriente diferente da “pax americana”.

Sem comentários: