DUROS DO PP CERRAM FILEIRAS CONTRA RAJOY
Depois das últimas legislativas, Rajoy compreendeu que não voltaria a ganhar eleições ou que, se as ganhasse, teria muita dificuldade em governar a Espanha, se mantivesse a actual política do PP relativamente às comunidades históricas, nomeadamente a Catalunha.
Não se pode governar a Espanha apenas com o apoio de Leão, Castela e a Comunidade Valenciana, mais algumas pequenas regiões. Os progressos registados pelo PP em Andaluzia, depois de nas Cortes ter votado favoravelmente o novo Estatuto, fizeram-lhe ver que uma nova política relativamente à Catalunha (o PP votou contra disposições do novo Estatuto da Catalunha exactamente idênticas às que antes aprovara para Andaluzia…) e ao País Basco, desenvolvida com tempo, ao longo de quatro anos, era indispensável para assegurar a credibilidade do partido naquelas comunidades.
Por outro lado, também compreendeu, aliás, já havia compreendido antes das eleições, que a obsessão com que a ala dura do PP continuou a insistir na tese de que a ETA estava directa ou indirectamente ligada aos atentados de 11 de Março e de que houve uma conspiração para os derrotar nas eleições de 2004, o prejudicou eleitoralmente.
E, finalmente, percebeu que as grandes “estrelas” recrutadas pelo grupo de Aznar para figurarem nas listas eleitorais, como Pizarro, o homem forte da Endesa, em detrimento dos sectores moderados do partido, como, por exemplo, Ruiz-Gallardon, alcaide de Madrid, não só lhe não trouxeram qualquer vantagem eleitoral, como, pelo contrário, lhe foram prejudiciais, por terem sido copiosamente derrotados em debates eleitorais sectoriais, como foi o caso do debate Pedro Solbes/Pizarro.
A seguir às eleições deste ano, Rajoy foi introduzindo alterações na chefia do grupo parlamentar e na Executiva do partido, e deixando de fora ou em lugares secundários, a gente herdada de Aznar. Perante o que se estava a passar, a extrema-direita do Partido (Acebes, Zaplana e outros), que nos últimos quatro anos tinha estado muito próximo de Rajoy, foi saindo e outros que ocupam lugares importantes ao nível autonómico foram-se também distanciando e proferindo declarações cada vez mais críticas (como Esperanza Aguirre, presidente da Comunidade de Madrid, e Maria San Gil, grande figura do PP do País Basco).
Declarações do mesmo teor de Ana Botella, deixavam antever que estaria próximo o pronunciamento de Aznar. Ele surgiu ontem, inequívoco, num acto da fundação a que preside: “Na vida política a confiança e a defesa dos princípios é sempre essencial”, e criticando implicitamente o afastamento dos seus homens de confiança dos postos de direcção, acrescentou: “Há que procurar trabalhar com os melhores sempre e ter vontade de os chamar e de os agrupar em torno de um grande projecto (…), um projecto baseado nos nossos princípios, nos nossos valores, no nosso sereno compromisso com Espanha”.
Rajoy responde dizendo que na vida, de vez em quando, há que mudar e o alcaide de Madrid, Ruiz-Gallardon, que tem um longo e antigo conflito com a extrema-direita do partido, é muito mais claro e adianta a próxima linha política: “ O centro não pode ser um parênteses na história do PP. Se não, será muito difícil regressar ao governo”. E, além disso, reclama um partido tolerante, independente, aconfessional e capaz de atrair os nacionalistas para o seu projecto. Fraga Iribarne apoia esta linha.
Os apoios de Rajoy, principalmente nas regiões governadas pelo PP, parecem ser suficientes para lhe assegurar a vitória. Mas daqui até ao congresso, muita coisa pode ainda acontecer.
Depois das últimas legislativas, Rajoy compreendeu que não voltaria a ganhar eleições ou que, se as ganhasse, teria muita dificuldade em governar a Espanha, se mantivesse a actual política do PP relativamente às comunidades históricas, nomeadamente a Catalunha.
Não se pode governar a Espanha apenas com o apoio de Leão, Castela e a Comunidade Valenciana, mais algumas pequenas regiões. Os progressos registados pelo PP em Andaluzia, depois de nas Cortes ter votado favoravelmente o novo Estatuto, fizeram-lhe ver que uma nova política relativamente à Catalunha (o PP votou contra disposições do novo Estatuto da Catalunha exactamente idênticas às que antes aprovara para Andaluzia…) e ao País Basco, desenvolvida com tempo, ao longo de quatro anos, era indispensável para assegurar a credibilidade do partido naquelas comunidades.
Por outro lado, também compreendeu, aliás, já havia compreendido antes das eleições, que a obsessão com que a ala dura do PP continuou a insistir na tese de que a ETA estava directa ou indirectamente ligada aos atentados de 11 de Março e de que houve uma conspiração para os derrotar nas eleições de 2004, o prejudicou eleitoralmente.
E, finalmente, percebeu que as grandes “estrelas” recrutadas pelo grupo de Aznar para figurarem nas listas eleitorais, como Pizarro, o homem forte da Endesa, em detrimento dos sectores moderados do partido, como, por exemplo, Ruiz-Gallardon, alcaide de Madrid, não só lhe não trouxeram qualquer vantagem eleitoral, como, pelo contrário, lhe foram prejudiciais, por terem sido copiosamente derrotados em debates eleitorais sectoriais, como foi o caso do debate Pedro Solbes/Pizarro.
A seguir às eleições deste ano, Rajoy foi introduzindo alterações na chefia do grupo parlamentar e na Executiva do partido, e deixando de fora ou em lugares secundários, a gente herdada de Aznar. Perante o que se estava a passar, a extrema-direita do Partido (Acebes, Zaplana e outros), que nos últimos quatro anos tinha estado muito próximo de Rajoy, foi saindo e outros que ocupam lugares importantes ao nível autonómico foram-se também distanciando e proferindo declarações cada vez mais críticas (como Esperanza Aguirre, presidente da Comunidade de Madrid, e Maria San Gil, grande figura do PP do País Basco).
Declarações do mesmo teor de Ana Botella, deixavam antever que estaria próximo o pronunciamento de Aznar. Ele surgiu ontem, inequívoco, num acto da fundação a que preside: “Na vida política a confiança e a defesa dos princípios é sempre essencial”, e criticando implicitamente o afastamento dos seus homens de confiança dos postos de direcção, acrescentou: “Há que procurar trabalhar com os melhores sempre e ter vontade de os chamar e de os agrupar em torno de um grande projecto (…), um projecto baseado nos nossos princípios, nos nossos valores, no nosso sereno compromisso com Espanha”.
Rajoy responde dizendo que na vida, de vez em quando, há que mudar e o alcaide de Madrid, Ruiz-Gallardon, que tem um longo e antigo conflito com a extrema-direita do partido, é muito mais claro e adianta a próxima linha política: “ O centro não pode ser um parênteses na história do PP. Se não, será muito difícil regressar ao governo”. E, além disso, reclama um partido tolerante, independente, aconfessional e capaz de atrair os nacionalistas para o seu projecto. Fraga Iribarne apoia esta linha.
Os apoios de Rajoy, principalmente nas regiões governadas pelo PP, parecem ser suficientes para lhe assegurar a vitória. Mas daqui até ao congresso, muita coisa pode ainda acontecer.
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