quarta-feira, 14 de maio de 2008

O DISCURSO DE H. CLINTON EM CHARLESTON

A PERSISTÊNCIA DE H. CLINTON

Ao ouvir o discurso de H. Clinton, em Charleston, WV, na sequência da sua anunciada vitória neste pequeno estado, racista e conservador, ou seja, um estado indiferente para as primárias em curso e com que os democratas verdadeiramente não contam para a eleição de Novembro, continuo a interrogar-me sobre o que verdadeiramente quer H. Clinton. A nomeação, dir-se-á. Bem, mas a nomeação não é possível. A diferença de delegados entre ambos os candidatos não pode ser superada pelas eleições que ainda falta realizar, nem, por outro lado, é nada provável que os cerca de duzentos delegados que ainda não anunciaram o seu voto se decidam por larga margem a favor de H. Clinton. Nada do que aconteceu nos últimos dias aponta nesse sentido.
Por outro lado, a sondagem de ontem, do Washington Post e da cadeia de televisão ABC, embora continue a dar a vitória a qualquer dos candidatos democráticos contra Jonh McCain, confere a Obama uma margem bem mais confortável do que a Clinton e revela também que os eleitores do partido democrático consideram que Obama tem mais hipóteses do que Clinton de ganhar as eleições a McCain.
H. Clinton, ao dizer que continua na corrida porque está convencida de que é o candidato mais forte, está a exprimir um juízo que os factos não suportam. Se ela está batida em número de estados, no voto popular, em delegados e em superdelegados, e, principalmente, no voto dos grandes centros urbanos, com excepção de NY, Hillary não pode afirmar que é o candidato mais forte. Mais correcto será concluir que a sua campanha visa enfraquecer o candidato mais forte. E se este objectivo for conseguido, quer alimentando constrangimentos no seu eleitorado que dificultarão ou mesmo inviabilizarão o voto futuro em Obama, quer criando a convicção no eleitorado independente de que Obama não é um bom candidato, lá teremos os republicanos no poder por muito tempo.
É isto o que H. Clinton quer?

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