O PAÍS QUE TEMOS
O Banco de Portugal, governado por Vítor Constâncio, promoveu Vítor Bento, em licença sem vencimento há 8 anos, actualmente presidente do SIBS, empresa que gere o cartão multibanco, atribuindo-lhe um aumento de 720 € mensais. Quando regressar ao Banco beneficiará desse aumento ou não regressando ele será reflectido na reforma.
A notícia é importante por duas razões:
Primeira: a promoção é feita pela instituição governada por Vítor Constâncio, personalidade que nas suas intervenções públicas só tem um discurso: moderação salarial; retracção do investimento público; aumento ou manutenção da carga fiscal; por outras palavras: sacrifícios cada vez mais insuportáveis pelos trabalhadores e pela depauperada classe média; todavia, o discurso muda quando se trata de defender os banqueiros, a carga fiscal que sobre eles recai e as frequentes irregularidades por eles cometidas; muda ainda quando se trata de discutir o seu vencimento, mais do dobro do atribuído ao presidente da Reserva Federal, o homem que decide do preço do dinheiro!
Segunda: o beneficiado é nem mais nem menos que o presidente da SEDES, que ainda há poucos meses vaticinava o pior cenário para o país pelo ambiente de desmoralização reinante ("crise social com consequências imprevisíveis") ; mais: é o mesmo que se empenhou publicamente numa campanha pela avaliação como condição necessário de progressão na carreira ou até mesmo de manutenção do posto de trabalho.
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