DE QUE PAÍS ESTÁMOS A FALAR?
Estamos a falar de Portugal, décimo primeiro Estado membro da União Europeia, à qual aderiu há vinte e dois anos, situado na Europa Ocidental, governado em democracia representativa ora por um partido dito social-democrata, ora por um outro dito socialista, desde, pelo menos, há trinta e dois anos e destinatário de muitos, muitos milhões vindos de Bruxelas.
Hoje, a União Europeia tem vinte e sete membros, muitos deles, situados no centro e no leste europeu, saídos de uma experiência de “democracia popular” há cerca de vinte anos e fazendo parte da UE há bem pouco tempo.
Consultando as diversas estatísticas que regularmente nos são fornecidas pelo Eurostat ou pelo INE, ou ainda, anualmente, pelo relatório do desenvolvimento humano do PNUD, a triste conclusão que se retira é a de que Portugal ocupa as mais baixas posições relativamente a tudo que tem a ver com o bem-estar material dos seus cidadãos. Por outro lado, as desigualdades na distribuição do rendimento colocam-no na cauda da tabela e identificam-no com um típico país do terceiro mundo.
Os salários dos trabalhadores são baixos, muito baixos. Os dos executivos e gestores das grandes empresas são escandalosamente altos, altíssimos. A maior parte dos trabalhadores vive em regime de precariedade laboral e uma parte significativa da que tem emprego certo tem o salário real degrado há mais de dez anos. O desemprego é muito elevado e o despedimento colectivo uma arma corrente, despudoradamente usado por empresas que se deslocalizam depois gastos os subsídios estatais que receberam para aqui se instalarem. Tudo perante a completa inércia do Governo que olha para todos estes factos como se de uma fatalidade se tratasse.
Os reformados são tratados como elemento espúrio de que o Governo não pode desenvencilhar-se, cujas reformas, baixíssimas na maior parte dos casos, nem sequer hesitou fustigar com congelamentos e encargos para assegurar a famosa “disciplina orçamental”. De que os trabalhadores e os reformados foram as principais vítimas, não obstante em nada terem contribuído, nem em nada terem beneficiado dos altíssimos défices gerados por políticas de escandaloso e promíscuo favorecimento das grandes empresas!
As famílias estão endividadas, gastam muito acima das suas posses, não por esbanjamento ou desgoverno, mas por falta de recursos para suprir despesas inevitáveis. Aumenta o preço dos combustíveis, dos alimentos, do dinheiro, aumenta tudo aquilo de que uma família precisa para viver e os recursos de que dispõe não são suficientes para fazer face à crise que, dia a dia, mais gravemente se acentua. Sim, a crise é geral, fruto da especulação e da lógica do mercado neo-liberal por toda a parte instalado, mas acaso as dificuldades de uma família portuguesa se comparam com as de uma espanhola, francesa, alemã, britânica, grega ou de muitos outros países da UE?
Falar de "sensibilidade social" do Governo é indício claro, que os factos depois amplamente confirmam, de que estamos a falar de políticas “socialistas neo-liberais”. Os cidadãos deste país que passam por dificuldades não precisam da "sensibilidade social" do Governo como política que, muito modestamente, atenua hoje os mesmos efeitos que amanhã continua a produzir. O que os cidadãos deste país precisam é de uma política de distribuição de rendimentos justa, uma política que retribua condignamente o trabalho e assegure por direito próprio, e não por “sensibilidade social”, prestações sociais condignas. Falar apenas de “sensibilidade social” e de “ajuda aos mais necessitados”é algo que atemoriza a classe média, cada vez mais depauperada, que vê nesses pseudo-remédios do Governo a confirmação da continuação de políticas que amanhã a colocarão a ela na mesma situação daqueles que hoje precisam da “sensibilidade social” do Governo.
Miséria de estado social o nosso!
As famílias estão endividadas, gastam muito acima das suas posses, não por esbanjamento ou desgoverno, mas por falta de recursos para suprir despesas inevitáveis. Aumenta o preço dos combustíveis, dos alimentos, do dinheiro, aumenta tudo aquilo de que uma família precisa para viver e os recursos de que dispõe não são suficientes para fazer face à crise que, dia a dia, mais gravemente se acentua. Sim, a crise é geral, fruto da especulação e da lógica do mercado neo-liberal por toda a parte instalado, mas acaso as dificuldades de uma família portuguesa se comparam com as de uma espanhola, francesa, alemã, britânica, grega ou de muitos outros países da UE?
Falar de "sensibilidade social" do Governo é indício claro, que os factos depois amplamente confirmam, de que estamos a falar de políticas “socialistas neo-liberais”. Os cidadãos deste país que passam por dificuldades não precisam da "sensibilidade social" do Governo como política que, muito modestamente, atenua hoje os mesmos efeitos que amanhã continua a produzir. O que os cidadãos deste país precisam é de uma política de distribuição de rendimentos justa, uma política que retribua condignamente o trabalho e assegure por direito próprio, e não por “sensibilidade social”, prestações sociais condignas. Falar apenas de “sensibilidade social” e de “ajuda aos mais necessitados”é algo que atemoriza a classe média, cada vez mais depauperada, que vê nesses pseudo-remédios do Governo a confirmação da continuação de políticas que amanhã a colocarão a ela na mesma situação daqueles que hoje precisam da “sensibilidade social” do Governo.
Miséria de estado social o nosso!
Sem comentários:
Enviar um comentário