OS REGISTOS DA HISTÓRIA
Onze de Setembro de 1973. Há trinta e sete anos as forças armadas chilenas derrubaram Salvador Allende, eleito democraticamente Presidente da República. Foi um rude golpe nas esperanças de todos aqueles que acreditaram que poderia haver uma via democrática para o socialismo. Depois de múltiplos boicotes e sabotagens, todavia insuficientes para afastar do poder Allende e a coligação socialista, a CIA e o Departamento de Estado, com o apoio da Casa Branca, organizaram, com um grupo golpistas das forças armadas chilenas, todos eles oficiais generais, um dos golpes mais mortíferos da segunda metade do século XX.
O terror e o neoliberalismo económico mais desenfreado dominaram o Chile durante dezassete anos. Afastado formalmente do poder, Pinochet continuou a tutelar o Chile, primeiro, durante oito anos, como mais alto responsável pelas forças armadas, depois como senador vitalício durante mais alguns anos. Só após o seu afastamento por alegados motivos de saúde a democracia foi realmente restabelecida e Pinochet afastado, sem que houvesse contudo força suficiente para o julgar, responsabilizando-o pelos inúmeros crimes que praticou ou patrocinou e até, soube-se depois, pelos furtos gigantescos (de ouro e dinheiro) com que lesou o Estado chileno. Apesar de acossado no estrangeiro, acabou por morrer na cama, tranquilamente, na sua terra!
O golpe chileno, para além da comoção que causou em todo o mundo democrático, esteve sempre presente na situação política portuguesa imediatamente anterior e posterior ao 25 de Abril, pairando como uma ameaça, muito mais activamente do que hoje se pode supor.
Percebia-se em finais de 73 que o marcelismo estava no fim. Percebiam-no os democratas e percebiam-no também os ultras do regime. Os democratas contavam com a força do povo e de algumas, poucas, forças políticas organizadas. Os ultras contavam com importantes apoios no seio das forças armadas. O exemplo que estes tinham em mente para repor o regime na ordem era o exemplo chileno. Felizmente, uma terceira força, emergente do interior das forças armadas, restabeleceu a democracia e tentou pôr o país no caminho do socialismo. Nesta caminhada, que regista grandes conquistas, mas também derrotas, o golpe de Pinochet pairou como uma ameaça permanentemente presente.
Onze de Setembro de 2001. As Twin Towers, símbolo maior do imperialismo americano, foram derrubadas numa operação suicida que acarretou a morte de milhares de civis inocentes. Pela primeira vez na sua história, os americanos sofreram a dor amarga de um ataque perpetrado no interior do seu território e ficaram a saber, depois desta trágica experiência, que não há diferenças entre as vítimas civis, situem-se elas em Nova York, no Afeganistão, no Iraque, no Vietname, em Dresden, em Hiroshima, em Nagasaki ou em qualquer outra parte do mundo.
O terror e o neoliberalismo económico mais desenfreado dominaram o Chile durante dezassete anos. Afastado formalmente do poder, Pinochet continuou a tutelar o Chile, primeiro, durante oito anos, como mais alto responsável pelas forças armadas, depois como senador vitalício durante mais alguns anos. Só após o seu afastamento por alegados motivos de saúde a democracia foi realmente restabelecida e Pinochet afastado, sem que houvesse contudo força suficiente para o julgar, responsabilizando-o pelos inúmeros crimes que praticou ou patrocinou e até, soube-se depois, pelos furtos gigantescos (de ouro e dinheiro) com que lesou o Estado chileno. Apesar de acossado no estrangeiro, acabou por morrer na cama, tranquilamente, na sua terra!
O golpe chileno, para além da comoção que causou em todo o mundo democrático, esteve sempre presente na situação política portuguesa imediatamente anterior e posterior ao 25 de Abril, pairando como uma ameaça, muito mais activamente do que hoje se pode supor.
Percebia-se em finais de 73 que o marcelismo estava no fim. Percebiam-no os democratas e percebiam-no também os ultras do regime. Os democratas contavam com a força do povo e de algumas, poucas, forças políticas organizadas. Os ultras contavam com importantes apoios no seio das forças armadas. O exemplo que estes tinham em mente para repor o regime na ordem era o exemplo chileno. Felizmente, uma terceira força, emergente do interior das forças armadas, restabeleceu a democracia e tentou pôr o país no caminho do socialismo. Nesta caminhada, que regista grandes conquistas, mas também derrotas, o golpe de Pinochet pairou como uma ameaça permanentemente presente.
Onze de Setembro de 2001. As Twin Towers, símbolo maior do imperialismo americano, foram derrubadas numa operação suicida que acarretou a morte de milhares de civis inocentes. Pela primeira vez na sua história, os americanos sofreram a dor amarga de um ataque perpetrado no interior do seu território e ficaram a saber, depois desta trágica experiência, que não há diferenças entre as vítimas civis, situem-se elas em Nova York, no Afeganistão, no Iraque, no Vietname, em Dresden, em Hiroshima, em Nagasaki ou em qualquer outra parte do mundo.
3 comentários:
Não ficaram a saber, não. Está à vista.
V
Uma pequena correcção:
O 1º ataque de estrangeiros em território dos EUA independentes deu-se a 7 de Dezembro de 1941, na base norte-americana de Pearl Harbour, no Havai.
Antes do 11 de Setembro de 2001, as mesmas torres gémeas foram alvo dum ataque à bomba, também organizado por não norte-americanos.
A diferença em relação ao 11 de Setembro de 2001 é que este foi um ataque com sucesso que se deu ainda recentemente, ao contrário dos quase 70 anos de Pearl Harbour e da bomba mal colocada no mesmo sítio em 1993.
Meu Caro Jorge Almeida
Ao tempo, o Hawai não era propriamente falando território americano. Era território sob administração americana. Anexado em finais do século XIX, o Hawai só veio a tornar-se um estado americano, aliás o 50.º, em 1959.
E não foi mais cedo, apesar das solicitações dos hawaianos, por o Congresso americano considerar os povos asiáticos do Pacífico, gente de segunda categoria, sem estatuto para pertencer aos grandes USA!
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