APENAS UM EXEMPLO
Num dia em que toda a gente discute a dívida e em que os juros atingiram um máximo histórico, dei comigo a observar a frota automóvel numa rua do centro de Lisboa, perto do El Corte Ingles. Quem conhece bem a Europa Ocidental ou outros países ricos noutras partes do mundo não pode deixar de ficar espantado com a qualidade da frota automóvel que circula em certas ruas de Lisboa ou na auto-estrada para o Algarve aos fins-de-semana. Os carros da gama alta e da média alta são mais que muitos.
Num país com tão poucos altos rendimentos declarados não deixa de causar uma grande apreensão esta profunda divergência entre os sinais exteriores de riqueza e os rendimentos declarados de quem os exibe, com a agravante de todos eles onerarem – e de que maneira – a dívida externa do país.
Ainda há dias um jornal trazia uma entrevista com um gerente da empresa representante (e presumo que importadora) de uma famosa marca italiana de automóveis dizendo que este ano se tinha batido o record das vendas.
Certamente não se enganará muito quem disser que esta magnífica frota automóvel que circula em Portugal tem três principais proveniências: uma parte, provavelmente a mais pequena, é fruto de actividades lícitas; outra, resulta do crime organizado, principalmente do narcotráfico e do contrabando de armas; e a terceira, seguramente a maior, de rendimentos provenientes do furto ou roubo ou o que se quiser chamar-lhe feito ao Estado, directa ou indirectamente.
Não ponho esta última categoria no item do crime organizado, em primeiro lugar, porque, em muitos casos, os comportamentos que geram tais rendimentos estão "legalizados" por actos em que o próprio Estado participa e depois, porque, nos demais casos, os detentores de tais rendimentos auferem-nos com um tal habitualidade e tranquilidade e uma tão completa ausência de sentido da sua punibilidade que só mesmo se apercebem de que a actividade a que se dedicam é criminosa quando são confrontados com a acusação e respectiva condenação num processo-crime – o que é de facto tão raro que não há prevenção especial ou geral que a partir de tais exemplos dissuada comportamentos futuros semelhantes.
O mais grave é que os portugueses ainda não se aperceberam que depois alguém vai ter de pagar estes “furtos” directos e indirectos feitos ao Estado. E nem sequer se apercebem aqueles a quem enviam, mensal e anualmente, para casa, a factura para pagamento.
Num dia em que toda a gente discute a dívida e em que os juros atingiram um máximo histórico, dei comigo a observar a frota automóvel numa rua do centro de Lisboa, perto do El Corte Ingles. Quem conhece bem a Europa Ocidental ou outros países ricos noutras partes do mundo não pode deixar de ficar espantado com a qualidade da frota automóvel que circula em certas ruas de Lisboa ou na auto-estrada para o Algarve aos fins-de-semana. Os carros da gama alta e da média alta são mais que muitos.
Num país com tão poucos altos rendimentos declarados não deixa de causar uma grande apreensão esta profunda divergência entre os sinais exteriores de riqueza e os rendimentos declarados de quem os exibe, com a agravante de todos eles onerarem – e de que maneira – a dívida externa do país.
Ainda há dias um jornal trazia uma entrevista com um gerente da empresa representante (e presumo que importadora) de uma famosa marca italiana de automóveis dizendo que este ano se tinha batido o record das vendas.
Certamente não se enganará muito quem disser que esta magnífica frota automóvel que circula em Portugal tem três principais proveniências: uma parte, provavelmente a mais pequena, é fruto de actividades lícitas; outra, resulta do crime organizado, principalmente do narcotráfico e do contrabando de armas; e a terceira, seguramente a maior, de rendimentos provenientes do furto ou roubo ou o que se quiser chamar-lhe feito ao Estado, directa ou indirectamente.
Não ponho esta última categoria no item do crime organizado, em primeiro lugar, porque, em muitos casos, os comportamentos que geram tais rendimentos estão "legalizados" por actos em que o próprio Estado participa e depois, porque, nos demais casos, os detentores de tais rendimentos auferem-nos com um tal habitualidade e tranquilidade e uma tão completa ausência de sentido da sua punibilidade que só mesmo se apercebem de que a actividade a que se dedicam é criminosa quando são confrontados com a acusação e respectiva condenação num processo-crime – o que é de facto tão raro que não há prevenção especial ou geral que a partir de tais exemplos dissuada comportamentos futuros semelhantes.
O mais grave é que os portugueses ainda não se aperceberam que depois alguém vai ter de pagar estes “furtos” directos e indirectos feitos ao Estado. E nem sequer se apercebem aqueles a quem enviam, mensal e anualmente, para casa, a factura para pagamento.
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