UM NOVO LIVRO COM NOVOS FACTOS
Há muito que Ian Gibson tinha feito doutrina sobre a morte do poeta. Todos os testemunhos recolhidos por este insigne hispanista apontavam no sentido de a irmã de Lorca, Concha Garcia, para salvar o pai da brutalidade dos fascistas, ter confessado aos agressores onde se encontrava escondido o irmão – em casa dos Rosales, gente de direita, que mantinha boas relações com Lorca e onde o poeta se havia acolhido para se salvar da perseguição de que estava sendo vítima.
Sabe-se que Lorca foi fuzilado no dia 18 de Agosto de 1936, num barranco, junto a um olival, na estrada que liga Viznar a Alfacar. Mais controverso é o local exacto onde o poeta terá sido enterrado, apesar de Gibson, pelos testemunhos que recolheu, ter indicado em Viznar um local que até hoje vem sendo tido como aquele onde estão depositados os restos mortais de Lorca.
Recentemente, nesse local indicado por Gibson, a família de Lorca, ao abrigo da lei da Memória Histórica, autorizou fossem feitas escavações para reconhecimento dos corpos aí enterrados, muito por pressão da família dos dois bandarilheiros anarquistas (Arcollas e Galadi), fuzilados na mesma noite, e que se supõe terem sido enterrados juntamente com Lorca.
Pois bem, o historiador espanhol, Garcia Pozo, acaba de publicar um livro - Lorca, el último paseo – que lança nova luz sobre o controverso assassinato a partir do testemunho póstumo de Ramón Ruiz Alonso.
Embora Ruiz Alonso, fascista de sempre, refugiado nos Estados Unidos (Las Vegas) desde o dia seguinte à morte de Franco e onde veio a morrer pouco depois, estivesse desde há muito ligado à morte de Lorca, só agora, pelo depoimento tornado público depois da morte da sua filha, a actriz Emma Pennela, se conhece a versão que verdadeiramente o incrimina, bem como as circunstâncias que rodearam o assassinato do poeta.
Pois bem, o historiador espanhol, Garcia Pozo, acaba de publicar um livro - Lorca, el último paseo – que lança nova luz sobre o controverso assassinato a partir do testemunho póstumo de Ramón Ruiz Alonso.
Embora Ruiz Alonso, fascista de sempre, refugiado nos Estados Unidos (Las Vegas) desde o dia seguinte à morte de Franco e onde veio a morrer pouco depois, estivesse desde há muito ligado à morte de Lorca, só agora, pelo depoimento tornado público depois da morte da sua filha, a actriz Emma Pennela, se conhece a versão que verdadeiramente o incrimina, bem como as circunstâncias que rodearam o assassinato do poeta.
Segundo este testemunho póstumo, teria sido o mais velho dos Rosales (Miguel) quem num desfile dos falangistas em Granada teria dito a Ruiz Alonso que Garcia Lorca se encontrava em sua casa, situação da qual ele discordava. Depois desta conversa, Alonso terá informado os chefes da CEDA (Confedaratión Española de Derechas Autónomas), que decidiram dar uma dura reprimenda (escarmiento) ao "menino mimado de Fernando de Los Rios"
Ainda segundo o mesmo depoimento, quando Lorca já estava preso no Gobierno Civil de Granada, para onde foi levado depois de encontrado na casa dos Rosales, Queipo de Llano, que estava a par do que se passava com o poeta, terá telefonado para o Gobierno Civil ordenando que lhe dessem um “valente apertão” destinado a forçar Lorca a assinar uma denúncia contra Fernando de Los Rios, ao que parece o principal alvo dos fascistas de Granada e a quem verdadeiramente queriam apanhar.
O fuzilamento de Lorca é atribuído a rivalidades entre a CEDA e a Falange, da qual os Rosales eram membros, visando a CEDA com a morte de Lorca desprestigiá-los.
Mais tarde, Franco sofreu pressões do estrangeiro para esclarecer a morte de Lorca, tendo por essa altura chamado Ruiz Alonso para se inteirar como tudo se tinha passado. Seguidamente, todas as provas foram destruídas e nunca mais Alonso terá falado do assunto a quem quer que fosse.
Finalmente, o homem pertencente à brigada que teria sepultado Lorca (ironicamente chamado El Comunista) e que mais tarde indicou a Gibson o lugar onde jaziam os restos mortais do poeta, também terá confessado posteriormente que nem sequer estava nesse dia em Viznar e que terá indicado a Gibson o primeiro lugar que lhe ocorreu. Todavia, mais importante do que este testemunho, é uma anotação de Agustin Penón, que nos anos 50 investigou a morte de Lorca, relatando uma conversa que teve com o alcaide de Granada durante a Guerra Civil, na qual diz o seguinte: “A sepultura (de Lorca) em Viznar tinha sido mudada por ordem das autoridades, que temendo as consequências daquele assassinato decidiram ocultá-la para que se não convertesse em arma propagandística de enorme valor para o bando republicano”.
Esta nova versão agrada sobremaneira à família de Lorca que se liberta assim do odioso que durante muitas décadas recaiu sobre a irmã do poeta, embora desagrade aos Rosales, que têm outra versão da história.
O fuzilamento de Lorca é atribuído a rivalidades entre a CEDA e a Falange, da qual os Rosales eram membros, visando a CEDA com a morte de Lorca desprestigiá-los.
Mais tarde, Franco sofreu pressões do estrangeiro para esclarecer a morte de Lorca, tendo por essa altura chamado Ruiz Alonso para se inteirar como tudo se tinha passado. Seguidamente, todas as provas foram destruídas e nunca mais Alonso terá falado do assunto a quem quer que fosse.
Finalmente, o homem pertencente à brigada que teria sepultado Lorca (ironicamente chamado El Comunista) e que mais tarde indicou a Gibson o lugar onde jaziam os restos mortais do poeta, também terá confessado posteriormente que nem sequer estava nesse dia em Viznar e que terá indicado a Gibson o primeiro lugar que lhe ocorreu. Todavia, mais importante do que este testemunho, é uma anotação de Agustin Penón, que nos anos 50 investigou a morte de Lorca, relatando uma conversa que teve com o alcaide de Granada durante a Guerra Civil, na qual diz o seguinte: “A sepultura (de Lorca) em Viznar tinha sido mudada por ordem das autoridades, que temendo as consequências daquele assassinato decidiram ocultá-la para que se não convertesse em arma propagandística de enorme valor para o bando republicano”.
Esta nova versão agrada sobremaneira à família de Lorca que se liberta assim do odioso que durante muitas décadas recaiu sobre a irmã do poeta, embora desagrade aos Rosales, que têm outra versão da história.
….Zapatos color corinto,
medallones de marfil,
e este cutis amasado
con aceituna e jazmin.
Ay Antoñito El Camborio
digno de una Emperatriz!
acuérdate de la Virgen
Porque te vas a morir.
Ay Federico Garcia
Llama a la Guardia Civil!
E mi talle se há quebrado
Como caña de maiz.
Tres golpes de sangre tuvo,
Y se murió de perfil…
medallones de marfil,
e este cutis amasado
con aceituna e jazmin.
Ay Antoñito El Camborio
digno de una Emperatriz!
acuérdate de la Virgen
Porque te vas a morir.
Ay Federico Garcia
Llama a la Guardia Civil!
E mi talle se há quebrado
Como caña de maiz.
Tres golpes de sangre tuvo,
Y se murió de perfil…
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