A DIATRIBE DE JEAN ZIEGLER
O relator especial da Organização das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, qualificou ontem de autêntica tragédia o aumento do preço dos alimentos e pediu fundos suplementares para fazer frente à fome.
Numa reunião das agências das Nações Unidas, em Genebra, Jean Ziegler, na presença do Secretário-geral da Organização, imputou a responsabilidade pela crise aos biocombustíveis e às “políticas aberrantes” do FMI.
No que respeita aos biocombustíveis, o conhecido sociólogo qualificou a produção de biocombustíveis como um crime contra a humanidade. Quanto ao FMI, acusou-o de ter destruído as culturas de subsistência em troca do desenvolvimento das culturas de exportação destinadas a reduzir a dívida externa.
Igualmente criticado, foi o director da OMC, Pascal Lamy, que, ao advogar o fim do proteccionismo, imprimiu à organização uma linha de trabalho totalmente contrária aos interesses dos povos martirizados pela fome.
Ziegler pediu ainda aos dadores do PAM (Programa Alimentar Mundial), de que dependem mais de 75 milhões de pessoas, um reforço das ajudas para fazer face à queda de 40% do poder aquisitivo.
Finalmente, considerou positiva a atitude do novo director do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que recomendou aos países “prioridade absoluta no cultivo de alimentos".
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