sexta-feira, 11 de abril de 2008

BRASIL PREPARA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE BIOCOMBUSTÍVEIS


COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO OU MAIS DO MESMO?

O Brasil espera receber representantes de todo mundo na Conferência Internacional de Biocombustíveis que, em Novembro, terá lugar em S.Paulo.
O Brasil e os Estados Unidos são os dois países mais interessados na promoção do biocombustível como alternativa aos combustíveis fósseis. O Brasil produz etanol extraído da cana-de-açúcar e os Estados Unidos, do milho. Ambos os países lideram as respectivas produções mundiais e ambos estão empenhados em demonstrar que a diminuição do consumo de combustíveis fósseis mediante o incremento do consumo de etanol contribuiria para a redução das emissões de gazes poluentes causadores do efeito estufa.
À primeira vista, parece que a altura escolhida pelas autoridades brasileiras para a realização da conferência não poderia ser pior. Para além da crítica geral que se faz ao etanol, assente no argumento de que muito mais importante do que mudar o combustível o que verdadeiramente interessava era substituir o motor de combustão, a recente crise das matérias-primas agrícolas, caracterizada pelo extraordinário aumento do seu preço, parece desaconselhar a promoção de um combustível produzido a partir de produtos cujo preço subiu consideravelmente nos últimos tempos. E, embora esta subida seja a consequência da conjugação de várias causas, parece consensual estar entre elas a produção de biocombustível.
No Brasil, o etanol é ainda acusado de impulsionar a deflorestação de vastíssimas áreas, incluindo a Amazónia, para onde tenderiam a avançar as produções de cana-de-açúcar, o que, a concretizar-se, contribuiria mais para o efeito estufa do que o consumo de combustíveis fósseis.

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