Pela leitura do Público de domingo depreendo que o cronista António Barreto, há duas semanas atrás, aceitou como verídicos e inquestionáveis os “factos” descritos pelo autor do livro “Holocausto em Angola”. Entre os ditos “factos” conta-se a famosa carta apócrifa de Rosa Coutinho a Agostinho Neto, que a extrema direita portuguesa e os ex-pides refugiados na África do Sul divulgaram de mão em mão há muitos anos e que, pelos vistos, continuam a divulgar, agora com recurso a novas tecnologias.
Barreto no Público de hoje desculpa-se (diz desconhecer que sobre o assunto já tivesse sido publicado qualquer desmentido), lamenta ter utilizado como argumento um documento apócrifo e pede desculpa a Rosa Coutinho.
Não creio que a questão posa ficar arrumada com estas desculpas. O episódio diz muito sobre a credibilidade do seu autor e sobre o modo como infelizmente se “faz opinião” em Portugal. Não sou de opinião que o Público tenha particulares responsabilidades no sucedido ou sequer tenha qualquer responsabilidade. O que entendo, todavia, é que num país a sério este Senhor nunca mais escreveria num jornal…por falta de leitores.
De facto, não se trata de um erro vulgar, mas antes de um atitude de espírito de quem está predisposto a aceitar como verdadeiros factos que nem o mais néscio dos leitores aceitaria sem, no mínimo, os questionar. Procurou Barreto informar-se sobre a veracidade dos mesmos? Que diligências fez? Teria ele tido a mesma atitude se factos semelhantes fossem imputados a uma das suas “vacas sagradas”?
E é gente desta que ensina nas nossas universidades!
Barreto no Público de hoje desculpa-se (diz desconhecer que sobre o assunto já tivesse sido publicado qualquer desmentido), lamenta ter utilizado como argumento um documento apócrifo e pede desculpa a Rosa Coutinho.
Não creio que a questão posa ficar arrumada com estas desculpas. O episódio diz muito sobre a credibilidade do seu autor e sobre o modo como infelizmente se “faz opinião” em Portugal. Não sou de opinião que o Público tenha particulares responsabilidades no sucedido ou sequer tenha qualquer responsabilidade. O que entendo, todavia, é que num país a sério este Senhor nunca mais escreveria num jornal…por falta de leitores.
De facto, não se trata de um erro vulgar, mas antes de um atitude de espírito de quem está predisposto a aceitar como verdadeiros factos que nem o mais néscio dos leitores aceitaria sem, no mínimo, os questionar. Procurou Barreto informar-se sobre a veracidade dos mesmos? Que diligências fez? Teria ele tido a mesma atitude se factos semelhantes fossem imputados a uma das suas “vacas sagradas”?
E é gente desta que ensina nas nossas universidades!
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