A SUBIDA DOS PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS VEGETAIS
No debate quinzenal de hoje, o primeiro-ministro, ao abordar os temas da energia, anunciou que, em 2010, dez por cento da energia consumida pelos transportes terá a sua origem no biocombustível.
A satisfação com que o primeiro-ministro anunciou a meta a alcançar parece só ter paralelo nos grandes produtores de etanol, já que por todo o lado são cada vez em maior número as vozes que se erguem contra o biocombustível.
Ainda esta semana, na reunião de primavera das instituições de Bretton Woods, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional se uniram contra os biocombustíveis, responsabilizando-os pela alta dos preços de alimentos básicos como o trigo e o arroz. E na Europa, a Agência Europeia do Meio Ambiente considera que eles nem sequer contribuem para a redução do efeito estufa.
A subida dos preços dos produtos alimentares, que já era uma consequência do aumento de consumo dos países emergentes, foi extraordinariamente potenciado pela produção dos biocombustíveis. Se a isto juntarmos a actividade especulativa daqueles que passaram a apostar nas matérias-primas agrícolas teremos uma situação de consequências imprevisíveis. Situações como a que agora se registou no Haiti vamos certamente tê-las em muitas partes do mundo.
Perante um cenário desta natureza soam a irresponsabilidade as respostas e as réplicas do primeiro-ministro durante o debate parlamentar de hoje.
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