Sarkozy acusou o Brasil e os Estados Unidos de praticarem dumping fiscal sem precedentes na produção de biocombustíveis (ver aqui a notícia no Portugal Digital).
Escusado será dizer que as negociações da Ronda de Doha, no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), não vão ter vida fácil, principalmente para o G20 (grupo de países emergentes, liderado pelo Brasil, que pretende a abertura dos mercados agrícolas dos países ricos). As próximas negociações que decorrerão, em princípio, durante a a presidência francesa da UE terão muito provavelmente mais dificuldade em alcançar um acordo do que as anteriores. É que, apesar das contradições existentes no seio dos países europeus (divergência de interesses entre o norte e o sul) e entre estes e outros países ricos, há, tanto na Europa como na América, cada vez mais sinais de que o grave desiquilíbrio nos custos de produção, se não for acompanhado de grandes concessões dos emergentes, que estes não estão na disposição de fazer, acabará por inviabilizar o acordo. Aliás, Sarkozy já escreveu a Barroso, Presidente da Comissão Europeia, para lhe comunicar que não estão reunidas as condições para um acordo equilibrado para a União Europeia.
No fundo, o que se discute é se a globalização deve ou não ser regulamentada. Como ninguém dá nada a ninguém todos acham que a desregulamentação é boa quando são por ela favorecidos e má no caso contrário.
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