domingo, 27 de dezembro de 2009

AINDA O AFEGANISTÃO




OS JORNAIS NOTICIAM MAIS PRESENÇA PORTUGUESA

Depois de umas curtas tréguas natalícias, que depois de amanhã se vão prolongar, como tréguas de ano novo, até dois de Janeiro, eis-nos novamente na quase obrigação de não deixar passar em claro o previsível reforço da presença militar portuguesa no Afeganistão.
Aqui há uns dias o Ministro da Defesa declarou que não se previa o reforço do contingente militar português no Afeganistão. Declaração que não deixa de ser surpreendente, pois na altura em que foi feita já eram do conhecimento público as “démarches” que o Ministro dos Negócios Estrangeiros andava a fazer em Bruxelas, junto de Catherine Ashton, para que colocasse a questão do Afeganistão no topo da agenda política. A justificação da prioridade solicitada à nova Alto Representante para a política externa da União Europeia era a necessidade de “concertação europeia”…para não deixar aos americanos a decisão de tudo o que é importante.
Numa altura em que os principais países europeus já estão a “desinvestir” e a quererem ver-se livres do Afeganistão, as diligências de Luís Amado não enganam ninguém. E até são excessivamente pretensiosas por pressuporem a possibilidade de influenciar a política externa da França e da Alemanha num assunto cada vez mais melindroso junto das respectivas opiniões públicas.
Que Portugal, como alguns países do Leste, insista neste seguidismo pró-americano, já é um facto considerado normal tão frequente ele é. Agora ter a pretensão de fazer alinhar os “grandes “ da Europa na mesma política é manifestamente excesso de auto-confiança…
Para contornar as reticências do PR a um maior envolvimento e Portugal no Afeganistão, é muito provável que o Governo recorra mais uma vez à “táctica Durão Barroso”. Ou seja, não envolve mais militares e recorre às forças de segurança, em princípio fora do controlo do Presidente, para obter um efeito semelhante.
Curiosamente esta política também não suscita em Sócrates o mínimo entusiasmo. É claramente um “affaire” de Luís Amado que conta com o apoio da Sra. Teresa de Sousa e dos amigos do costume

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro "Blogger", a posição dos "grandes" da Europa tem, a meu ver, uma causa: Não conseguem vender a "causa" à sua clientela, leia-se eleitores. Quando lhes pareceu que os seminaristas islâmicos desertariam mal a "Grande Aliança" aterrasse no Afeganistão, foram solidários com os americanos. Até o modernaço do Zapatero entendia haver legitimidade para a intervenção. Agora, é o que se vê, aliás, não se vê fim para o atoleiro em que se meteram. Cobardia? Não sei. Uma coisa me parece inevitável: Os "boys" que morrerem vão contar, e fortemente, quando, no final da "safra", for feito o acerto final de contas entre os "Aliados". O prof Adriano Moreira dizia um dia que os Estado não têm amigos mas apenas interesses, mas os interesses e respectivas coligações mudam assim tão rapidamente? Não percebo..