quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O QUE O PS NÃO PRECISA

APOIOS QUE PREJUDICAM


Transformar os artigos de opinião na defesa apologética de um partido é um exercício menor que prejudica o partido e não enobrece o autor.
Continuar a apresentar a governação de Sócrates como corajosa por “ter enfrentado as mais poderosas corporações e grupos de interesses” e atacar os media em geral acusando-os de “enviesamento político” por terem renunciado “à sua tarefa de juízo crítico e autónomo” por recolherem sistematicamente o ponto de vista da oposição, é o pior serviço que um prosélito do PS pode prestar ao seu partido.
Quem assim escreve vive certamente num mundo diferente daquele que todos conhecemos e demonstra uma arrogância autista relativamente à realidade circundante francamente confrangedora.
É que se a gente esmiuçar a coragem de Sócrates, como abundantemente tem sido feito nesta campanha eleitoral, breve se descobre que ela apenas se manifestou contra os mais fracos e desprotegidos: contra os funcionários públicos, contra os pensionistas, contra os professores, contra os pequenos aforradores, enfim, contra os que menos tem. Não houve durante toda a legislatura uma única medida do Governo contra os grandes interesses. Pelo contrário, como tem sido exuberantemente demonstrado, o Governo tem vivido em permanente conúbio com a banca, as grandes empresas, os grandes construtores, enfim, o grande capital.
Por isso, Sócrates, que precisa hoje do voto daqueles que ontem mais prejudicou, se esforça agora por demonstrar que não houve da parte do Governo qualquer campanha contra as aquelas corporações e tenta, num esforço de última hora eivado de falsa compreensão pela situação daquelas pessoas, fazer passar a mensagem de que nada do que foi feito era dirigido contra os interesses deste ou daquele grupo profissional, mas sempre e só em homenagem ao interesse nacional que, como Primeiro-ministro, lhe cumpria defender.
Também relativamente à imprensa, principalmente depois do caso TVI, todo esforço de Sócrates tem sido igualmente no sentido de apagar o efeito das suas palavras na alocação inicial do Congresso do Partido Socialista sobre os órgãos de comunicação social adversos. Vir agora agravar essa situação, juntando aos “ofendidos” os demais, acusando-os de “enviesamento político” e de silenciarem propositadamente todas as iniciativas e pontos de vista do Governo, é certamente o pior serviço que um apoiante de Sócrates lhe pode prestar.
Em conclusão, Vital Moreira é como a Prisa, de tanto querer ajudar só prejudica!

2 comentários:

Anónimo disse...

Os sindicatos de médicos,enfermeiros, magistrados, militares, professores, etc., defendem interesses corporativos.É o seu papel.Se o fazem numa perspectiva imobilista, são nocivos e devem ser combatidos.Não importa que sejam de pobres ou ricos:são factores de atraso, prejudicam o conjunto da sociedade.

Anónimo disse...

Sugiro que, por razões higiénicas, nunca mais se fale no Dr. Vital Moreira.