terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ORÇAMENTO PARA 2010 SEM SURPRESAS




CONFIRMA POLÍTICA DE DIREITA DO PS

Como aqui muitas vezes tem sido referido muitas vezes e comentado com algum azedume por militantes e simpatizantes do PS, o orçamento de estado para 2010 confirma as políticas de direita do governo. A redução do défice orçamental, aliás insuficiente, é feita à custa dos funcionários públicos, dos reformados e dos desempregados.
O orçamento serve os demais partidos de direita, que nem sequer vão ter necessidade de se responsabilizar por ele.
Toda a gente que passou pela administração pública sabe que é possível reduzir o desperdício e pura e simplesmente eliminar despesas que apenas se destinam a alimentar clientelas e a manter falsos mercados.
As parcerias público-privadas são um sorvedouro de dinheiros públicos destinado a alimentar o mercado no sector rodoviário, da energia, do ambiente e da saúde, sem que haja da parte das empresas beneficiadas qualquer contributo para a economia nacional proporcional às vantagens que recebem. É um caminho que ninguém de boa-fé, depois de tudo o que o Tribunal de Contas tem trazido a público, pode continuar a trilhar.
Depois vem o negócio dos pareceres jurídicos dos grandes escritórios de advogados, a que o Estado recorre com muita frequência e desnecessariamente na maior parte dos casos. Em situação semelhante estão os gabinetes de consultores cuja actividade é em grande parte prestada ao Estado. Nestas matérias o Governo não tocou.
A direita está muito preocupada com a fraude porventura existente em algumas prestações do rendimento mínimo garantido ou de inserção, mas não demonstra a menor preocupação com o que se passa nos subsídios concedidos à “lavoura”, que tem recebido milhões e milhões desde a adesão à UE e até tem demitido ministros quando estes não lhes pagam de acordo com as exigências, nem tão-pouco demonstra a menor preocupação com os demais subsídios concedidos também aos milhares de milhões às empresas, subsídios cuja regularidade de uso e avaliação de resultados ninguém da direita reclama.
Também as despesas militares perfeitamente desnecessárias ou inúteis como a participação na guerra do Afeganistão poderiam ser evitadas sem qualquer prejuízo para a economia nacional.
Enfim, era ainda possível aumentar as receitas, onerando os rendimentos mais elevados, nomeadamente os provenientes de prémios e bónus, bem como taxando as operações do capital especulativo.
A economia portuguesa pode crescer e diminuir o nível de endividamento dos agentes económicos se houver uma redistribuição dos resultados mais equitativa e não o contrário, como a experiência tem demonstrado. Evidentemente, que não basta uma mais justa redistribuição para melhorar o desempenho económico, há outros problemas que têm de ser resolvidos, mas sem aquele solucionado nenhum dos outros será eficaz.

1 comentário:

Ana Paula Fitas disse...

Simplesmente... excelente!
Um abraço.