A RESPOSTA A HOLLANDE
Perdeu-se completamente a vergonha, como ainda ontem Günter
Grass em mais um poema – este mais denso e de melhor qualidade literária que o
anterior (sobre Israel) – escrevia ao referir-se ao comportamento da Europa, a
começar pela sua Alemanha, relativamente à Grécia (aqui a tradução espanhola).
Mas a falta de vergonha da Alemanha não se fica pelo que está
a fazer à Grécia. Não lhe basta a ela e aos seus satélites, a começar pelos
serventuários portugueses, tudo fazerem para tornar os eleitores gregos reféns das
suas inabaláveis posições. Querem mais: segundo a edição on line de Der Spiegel de
anteontem, o governo de Merkel, seguramente para apresentar um agenda que possa
ombrear com a de Hollande, está a preparar um programa de “crescimento e
emprego” para a “Europa deprimida”. Um projecto que a direita alemã
curiosamente já quis pôr em prática aqui há uns anos na Alemanha de Leste mas
que teve de abandonar pelo coro de críticas que então suscitou.
Em que consiste tal programa? É muito simples: inspira-se
numa ideia posta em prática pela China nas regiões mais atrasadas que consiste
no abandono da protecção social e laboral do trabalho acompanhada da atenuação
das regras ambientais e da desoneração fiscal do capital como forma de atracção
do investimento.
A Alemanha quer pôr em acção os novos campos de concentração
de trabalho forçado. Desta vez não serão para alimentar directamente as suas
empresas mas para lhe pagarem as dívidas. E de certeza que não faltarão por cá
e noutros países kapos para tomar
conta destes campos.
Isto está a chegar ao fim…vai ser necessário combatê-los a
sério outra vez até à rendição completa!
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