domingo, 13 de setembro de 2009

BELMIRO ENTREVISTADO PELO EMPREGADO



EM PLENA ASFIXIA DEMOCRÁTICA

Não depreendi pelo texto nem pelas imagens da entrevista que JM Fernandes e Graça Franco fizeram a Belmiro de Azevedo que ela tenha tido lugar numa sala de cuidados intensivos ou tivesse sido feita com respiração assistida. Logo, parece ser de pôr de parte a hipótese de se tratar de mais um caso de asfixia democrática. Mas também aqui, como noutros casos, as aparências iludem.
De facto, é estranho que um empregado qualificado de Belmiro de Azevedo o vá entrevistar nas vésperas da campanha eleitoral ou, para sermos mais rigorosos, em plena campanha eleitoral, sabendo-se, como se sabia, o que Belmiro tem a dizer sobre o governo. Não se trata com esta intervenção de fazer a defesa do governo, trata-se apenas de demonstrar quão hipócritas são aqueles que andaram a vociferar contra os ataques à liberdade de imprensa por um patrão ter substituído uma jornalista que, tendo juntamente com o marido uma agenda política própria, usava um meio de comunicação social onde era empregada para a pôr em prática e que agora acham perfeitamente normal que um empregado, sabe-se lá se por indicação de quem, vá fazer uma entrevista ao patrão para o pôr a falar contra o governo.
E aqui o histórico também pesa. E como pesa não pode deixar de fazer-se a ligação entre a derrota da OPA da Sonae à PT e a animosidade do Público contra o Primeiro-ministro. Ora viva a liberdade de imprensa do grande capital!
O empregado de Belmiro de Azevedo ainda poderia ter salvado a face se tivesse feito ao entrevistado algumas perguntas difíceis. Por exemplo, como enriqueceu Belmiro, como foram as suas relações com o homem de quem era empregado, etc, etc, ou seja, perguntas idênticas às que ele gosta de fazer aos políticos …ao abrigo da liberdade de imprensa.
Como se vê mais uma vez, quem tinha razão sobre o caso TVI era eu. E, como tal, não retiro uma linha ao que então escrevi.

2 comentários:

Unknown disse...

Na minha opinião, pela atitude reverente e atenciosa com que conduziram a entrevista e pela oportunidade das perguntas que formularam, o Engº Belmiro devia dar à Graça Franco um vale de compras do Continente no valor de 10 € e permitir ao José Manuel Fernandes levar para casa quando em breve deixar a direcção do Publico o copo de canetas com o logotipo da Sonae que tem em cima da secretária. Os capitalistas devem ser generosos com quem os serve

Anónimo disse...

Chamar "empregado" ao JM Fernandes é elogio. LACAIO, LACAIO, é o que ele é.