sexta-feira, 5 de março de 2010

A AGENDA POLÍTICA DE MARINHO PINTO

A EVOLUÇÃO DE UM PERCURSO

Marinho Pinto começou bem quando se candidatou a bastonário da Ordem dos Advogados. Logo na primeira eleição, que perdeu, deixou claro qual seria o seu combate. Com a vitória, anos mais tarde, pôde começar a pôr em prática o seu “programa”: luta contra a corrupção na política e dos políticos, luta contra a prepotência judicial, acesso à justiça de quem não tem dinheiro, defesa dos jovens advogados, ataque aos interesses instalados na corporação e seu compadrio com o poder político, enfim, a defesa sem vacilações do Estado de Direito em toda a sua dimensão.
O tom desassombrado que emprestava às suas intervenções valeu-lhe a simpatia de muita gente que se revia nas suas palavras e a antipatia dos atingidos pelas suas catilinárias. Mas mantinha a seu crédito uma actuação coincidente com os objectivos do seu programa. E assim pôs a nu um escandaloso negócio em Coimbra em que foram intervenientes agentes locais dos interesses do Bloco Central, embora com maior incidência em gente do PSD, denunciou prepotências na magistratura, tocou em alguns interesses corporativos instalados e por aí se ficou.
A partir de determinada altura percebeu-se que, afinal, a sua agenda política não coincidia com o seu programa. Ela começou cada vez mais a identificar-se com agendas alheias…até quase se ter transformado num porta-voz exaltado do que normalmente não pode ser dito em voz alta pelo verdadeiro detentor da agenda.
E lá vem a História mais uma vez em nosso auxílio: as primícias são sedutoras, o discurso é cativante, os primeiros ataques são certeiros, mas nunca se sabe como acabam os discípulos do velho Lev Davidovich Bronstein!

2 comentários:

VM disse...

Do Dr. Marinho NÃO FALO.
VM

Anónimo disse...

Penso que este "post" sintetiza, e bem, o que qualquer pessoa, ainda que ao de leve como eu, tenha acompanhado o trajecto do dr. Marinho Pinto.