FREEPORT: ESTE NÃO É UM CASO COMO OS OUTROS
Independentemente do que diga o Procurador Geral da República ou o representante sindical dos Magistrados do Ministério Público, há particularidades neste processo que o distinguem de todos os demais. Por isso, os portugueses vão necessitar muito rapidamente de resposta a uma questão importante.
Deixando por agora de lado as razões que terão determinado que o processo tenho estado parado durante quatro anos, ou as que objectivamente justificam que ele somente seja retomado em períodos eleitorais, há desta vez factos novos, alguns seguramente verdadeiros, outros que tanto podem sê-lo como não, que fazem com que este processo não possa ser tratado como mais um processo judicial. Nele está implicado o Primeiro Ministro, por força de tudo o que já foi dito na imprensa, quer em consequência da investigação dos jornalistas, quer por via do que chega de Londres ou de quem conhece o processo por dentro.
Como as insinuações por meias palavras, com base em factos ainda não provados, já atingiram proporções politicamente incomportáveis para quem está à frente do Governo, o Ministério Público, com base no que já sabe, vai muito rapidamente ter que dizer aos portugueses se o PM é ou não suspeito neste processo. Não pode manter o silêncio, nem esquivar-se com base em artifícios jurídicos primários.
Está em jogo o governo de um Estado. E esta questão não é uma questão de somenos, já que não é legítimo que esta suspeição se mantenha até às eleições. Se o MP nada disser, está objectivamente a tomar partido na disputa eleitoral que se avizinha.
Os portugueses não podem ficar á mercê de quem noutras circunstâncias não tinha qualquer hipótese de ser governo, e agora pode passar a ter apenas porque se suspeita da seriedade de quem governa. Há outras alternativas.
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