quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A SITUAÇÃO EM GAZA E A UNIÃO EUROPEIA


A GRANDE HIPOCRISIA

À medida que a censura israelita vai perdendo força, muito por pressão dos media internacionais, os jornalistas vão podendo relatar a paisagem de horror deixada pelo ataque judaico a Gaza. É um cenário de destruição sem precedentes, que visa muito mais do que o Hamas. Visa, através da destruição das principais infra-estruturas, inviabilizar a criação de um Estado palestiniano. Este o verdadeiro objectivo de Israel. Para o alcançar, Israel fará tudo o que estiver ao seu alcance, pelo menos enquanto contar com o apoio ou a conivência dos países ocidentais.
A recente deslocação a Bruxelas da ministra dos negócios estrangeiros israelita, as suas declarações e, principalmente, as reacções de vários Estados membros constituem um dos espectáculos políticos mais degradantes que nos lembramos de ter assistido. Perante o cenário de destruição massiva de um território habitado por gente pobre, a dita ministra, arrogantemente, continua a impor condições e a formular exigências.
Os ministros europeus, compreensivelmente resignados, pedem respeitosamente acesso para a passagem de alguma ajuda humanitária com que farisaicamente pretendem lavar as consciências perante as respectivas opiniões públicas nacionais. O nosso ministro dos estrangeiros, pacificamente resignado, deixando transparecer uma compreensão compungida por tudo o que se passou, diz: “A ministra israelita deu sinais de compreender a situação humanitária em Gaza”.
Ah, como são fortes com os fracos e fracos com os fortes!
Espantoso, por isso, não é que certos governantes árabes, do Egipto, da Jordânia e da Arábia saudita, tenham concordado e incentivado o ataque a Gaza, segundo informa o quotidiano judaico Yediot Aharonot. Espantoso é que não tenha havido uma ordem de prisão quando Tzipi Livni pisou solo belga. Lacaios americanos nos governos de certos países árabes sempre os houve, pelo menos desde que deixaram, em meados da década de cinquenta, de servir os ingleses; espantoso, insisto, é que esta Europa que se reclama do Estado de Direito, que continua a perseguir os governantes sérvios da Bósnia, deixe regressar a casa, tranquilamente, uma das responsáveis pelo massacre de Gaza!

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