11 DE NOVEMBRO DE 1918
Merkel foi a primeira Chanceler alemã a participar em Paris nas celebrações do aniversário do Dia do Armistício que assinala o fim das hostilidades na Frente Ocidental da Primeira Guerra Mundial. Assinado na floresta de Compiègne (onde, por exigência de Hitler, 22 anos mais tarde, na mesma carruagem – a carruagem de Foch – os franceses assinarão com a Alemanha Nazi o armistício que encerra a “Batalha de França” e regula a ocupação e a neutralidade da França), o Armistício marca simbolicamente o fim da guerra e a capitulação da Alemanha, não obstante o sucesso do exército alemão noutras frentes. Assinado cerca de um ano mais tarde, o Tratado de Versalhes devolveu à França a Alsácia-Lorena e impôs à Alemanha severas restrições de toda a ordem - militares, económicas e políticas.
Aceitando um convite que Schröder no tempo de Chirac tinha recusado, Angela Merkel quis com o seu gesto encerrar todas as querelas históricas entre a Alemanha e a França. Participar num acto comemorativo de uma “relativa falsa vitória”, traduzida por força dos tratados então assinados na imposição de condições draconianas completamente desproporcionadas ao que tinha sido a sorte das armas, Merkel, dirigente da maior potência económica da Europa, praticou um acto apenas ao alcance dos grandes povos.
Por outro lado, aceitando e assumindo todas as culpas imputáveis ao passado nazi, sucessivas gerações de alemães têm expiado, como se fossem seus, os pecados dos seus antepassados. Esta lição não é infelizmente exemplar. Outros povos que conquistaram, escravizaram e colonizaram outros povos, e que mais tarde defenderam ferozmente as conquistas assim alcançadas, praticando crimes em série, nunca aceitaram, apesar de derrotados, fazer o seu “mea culpa” perante a história.
Pelo contrário, ainda hoje os principais protagonistas desses actos são heróis e aqueles que os denunciam, traidores!
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