A DEMISSÃO DE PAULO BENTO

O IRREALISMO SPORTINGUISTA

Paulo Bento demitiu-se em consequência da conjugação de dois factores: Benfica e Liedson. Depois de um trabalho notável, ao longo de mais de quatro anos, com vitórias na Taça de Portugal, Taça Cândido de Oliveira, finalista na Taça da Liga, quatro segundos lugares no campeonato e outras tantas participações na fase de grupos na Liga dos Campeões, Paulo Bento, com um começo de época não muito diferente de outros, porventura um pouquinho pior, não resistiu ao irrealismo dos adeptos sportinguistas.
Acicatados por comentadores doentiamente fanáticos, como Barroso, Ferreira e Costa, os adeptos sportinguistas não tiveram a estabilidade emocional para compreender que a carreira do Sporting na Taça Europa é excelente e que, no campeonato nacional, é mais ou menos correspondente às capacidades da equipa. Apenas Liedson está um pouco fraco do que costuma estar nesta fase da época e muitíssimo abaixo da forma que costuma exibir no último terço do campeonato.
Apenas isto e nada mais. Com os jogadores que tem, o Sporting não pode aspirar a mais. Conseguiu com Paulo Bento, nas épocas anteriores, resultados muito acima das reais capacidades da equipa. O resto, bem, o resto chama-se Benfica…