quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AS DECLARAÇÕES DO ADVOGADO DE PENEDOS



COMO DEVEM SER INTERPRETADAS

Não interessa discutir as declarações do advogado de Penedos à saída do tribunal de Aveiro sob o ponto vista deontológico ou legal. A liberdade de expressão não deve ser cerceada e cada um é responsável por aquilo que diz.
O que interessa é dizer que tais declarações se inserem numa estratégia de descredibilização do Juiz de Instrução Criminal de Aveiro, já debaixo de fogo, por ter ordenado – e bem – a extracção de certidões com base em algumas conversas fortuitamente interceptadas a José Sócrates numa investigação que buscava meios de prova contra os suspeitos, hoje arguidos, do processo “Face Oculta”.
É até de prever que a campanha vá continuar. Quem sabe se outras vozes de grandes responsáveis políticos, presentes ou passados, ou de juristas “comissários políticos”, se não irão levantar contra a instrução do Juiz de Instrução Criminal de Aveiro, como já no passado aconteceu noutros casos.
Na Itália a técnica é conhecida: primeiro, acusa-se o juiz de ter uma agenda política ou de estar ao serviço da estratégia política de um partido da oposição; depois, começam na imprensa os ataques à personalidade do magistrado; em seguida, monta-se uma grande campanha de contra-informação levando a opinião pública a duvidar de factos dados como assentes ou demonstrando a inveracidade de factos que nunca constaram do processo, mas que entretanto já haviam sido dado como certos, e ao fim de algum tempo é o próprio magistrado que soçobrará, desmoralizado, e já sem grande força anímica para continuar.
Que o processo Face Oculta não vai ser uma pêra doce está fácil de perceber…

Sem comentários: