MAIS DIFICULDADES DO QUE FACILIDADES
A selecção portuguesa de futebol joga no próximo sábado a sua participação no Mundial de 2010. Em dois jogos a eliminar, o primeiro, em casa, é normalmente decisivo para o desfecho da eliminatória. Com uma linha avançada muito forte, a Bósnia será um adversário mais difícil do que qualquer dos que Portugal defrontou no grupo de apuramento. Não apenas pela natureza do jogo, muito diferente dos jogos a pontuar, mas também pela maior capacidade ofensiva da equipa adversária.
E Portugal, como se tem visto, tem poucos argumentos para responder eficazmente a um adversário de forte pendor atacante. Deixando de parte o guarda-redes que, não sendo nada de especial, não é mais fraco nem mais forte dos que por lá têm passado, as maiores fragilidades estão na defesa e no meio-campo defensivo. Sem Bozingwa, que também não é excelente a defender, a equipa vai ter de alinhar com Paulo Ferreira – que já não joga pelo Chelsea há muito tempo – ou com Miguel – que nunca mais foi o jogador que era desde que saiu do Benfica - a defesa direito e com Duda ou Coentrão a defesa esquerdo. Duda não é nada de especial e Coentrão é uma promessa…para jogar mais à frente. No meio da defesa jogarão R. Carvalho e Bruno Alves. R. Carvalho já está um pouco “velho” e não está tão rápido e seguro como já foi. Bruno Alves é bom jogador, mas vai ter de optar muito rapidamente sobre que tipo de desporto quer praticar: futebol ou karaté.
No meio-campo defensivo as dificuldades são ainda maiores. Pepe é um verdadeiro flop, como se tem visto na selecção e no Real Madrid. Nunca a selecção sofreu tantos golos como os que tem sofrido desde que Pepe passou a integrá-la. Portugal precisava no meio-campo defensivo de alguém como Javi Garcia. A verdade é que depois de Petit e de Costinha, a quem Scolari encarregava do trabalho sujo no meio-campo, nunca mais houve na selecção ninguém à altura deles. Os que podem fazer companhia a Pepe, ou estão “velhos”, como é o caso de Deco, ou estão em má forma, como se passa com Moutinho e com Meireles, ou não têm grande classe, como acontece com Veloso.
Na frente, falta o que sempre faltou, depois de Pauleta: um verdadeiro ponta de lança - falta que Queiroz quis remediar trazendo Liedson no pior período da sua carreira em Portugal.
Não é, portanto, Ronaldo que faz falta. A sua falta até poderia ser vantajosa noutras circunstâncias. De qualquer modo, o que se poderá eventualmente perder em iniciativas individuais, ganha-se seguramente em jogo colectivo.
Finalmente, falta no comando da selecção alguém que perceba de futebol em toda a sua variada dimensão. Agora já é tarde para mudar, mas se por acaso Portugal passar à fase final da África do Sul alguém que preencha aquelas características terá de se juntar a Queiroz no banco.
2 comentários:
Pura perda de tempo estar a especular sobre o tema - desculpa que te diga ...
'Eles' é que o ganham e não é pouco
Que é que isto interessa neste blog?
Concentremo-nos ... na corrupção, mesmo no futebol
Um abraço.
Meu Caro Coutnho
Não vale a pena ter preconceitos nesta matéria. O futebol é politicamente importante, além de desempenhar uma função lúdica inigualável. Por isso ou também por isso, é politicamente importante a presença de Portugal na África do Sul.
Mudando de tema: que me dizes tu à polémica legal das escutas?
JMCPInto
Enviar um comentário