quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

OBAMA LIMITA VENCIMENTOS DOS EXECUTIVOS



QUEM O IMITA?

Do lado de lá do atlântico foi finalmente tomada a medida que do lado de cá ninguém se atreve a tomar. Obama limitou a 500 mil dólares (peanuts para a gente do BCP, Mexias e C.ª…) o salário anual dos executivos das empresas que recebem ajudas do Estado.
Na Europa, as declarações de responsáveis políticos que sobre o assunto foram feitas não passaram disso mesmo: declarações sem conteúdo ou, pior do que isso, declarações desmobilizadoras. Esta é uma nova técnica dos actuais políticos. Quando a pressão da opinião pública sobre certos desmandos do capitalismo neoliberal se torna insuportável, eles juntam-se às críticas populares, não com o objectivo de resolver o problema, mas de o arrefecer e deixar tudo como dantes.
É admissível que bancos que estão a receber ajudas do Estado continuem a pagar principescamente aos seus executivos, como se nada tivesse acontecido? É admissível que empresas do Estado ou nas quais o Estado tem uma posição dominante, por via de participação no capital ou outra, continuem a pagar como pagam aos seus dirigentes, nomeadamente se se trata de empresas altamente endividadas, como é a situação de quase todas? É aceitável que empresas que estão a receber ajudas vultosas do Estado (ajudas que a gente nem sequer sabe como são feitas, dada a omissão do facto no DR) continuem a pagar como pagam aos seus executivos?
Porque espera o Governo parta actuar, nomeadamente agora depois do já foi feito na América? Que receios e profundos temores paralisam o Governo? Que os ditos executivos desertem? Isso seria na maior parte dos casos “matar dois coelhos com uma cajadada”. Não, a razão é muito mais simples: o Governo não actua, porque não quer arrostar com a hostilidade do grande capital.

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