sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A MANIPULAÇÃO DA TVI

A TENTATIVA DE RELANÇAMENTO DO CASO FREEPORT


Ontem, o grupo Carlyle garantiu que não havia qualquer “buraco” financeiro nas contas do Freeport. A TVI não deu a notícia, mas, em contrapartida, leu várias passagens da carta rogatória que o MP português enviou para Inglaterra e mais uma vez “mandou para o ar” uma série de ditos e afirmações não se sabe bem de quem. Imagine-se só que alguém se punha a escrever sobre o que já ouviu dizer de MMG ou do seu marido!
Há oito dias foi a carta rogatória inglesa. Hoje é a portuguesa. Como é que estes documentos vêm a público, continua sem se saber. Embora só possa ser por incúria (na melhor das hipóteses) de quem os guarda ou por fuga autorizada (na pior das hipóteses).
Seja uma ou outra a causa, o que fica claro é que a carta rogatória inglesa é escrita com base na portuguesa e que a portuguesa assenta numa suspeita cujo fundamento o MP não esclarece. Insisto: enquanto o MP não explicitar o fundamento da suspeita, os jornais falidos e os grupos de comunicação social em dificuldades não se vão calar e vão continuar a ter pasto fácil para a sua campanha.
Pela carta rogatória inglesa, fica-se com a ideia de que a suspeita do PM ou da polícia portuguesa resulta do facto de o projecto ter sido aprovado. Isto parece caricato, mas eu não me admiraria nada que esta fosse a verdadeira razão, desde que tenha como “amparo” uma carta anónima.
Se este não é o fundamento das suspeitas, então o MP deveria vir a público explicar por que razão a investigação existe. Depois de tudo o que já saiu do processo, não viria nenhum mal à investigação se esta revelação fosse feita.
E então haveria tempo para tratar de outros assuntos bem mais importantes, esses sim, do interesse de todos os portugueses. Como, por exemplo, se a política do governo é a mais adequada para combater a crise, quais as propostas da oposição e, principalmente, o que fazer das políticas neoliberais que continuam “juridicamente vigentes” por todo o lado.

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